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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O silêncio dos generais 

Os ministros da área militar também adotaram uma posição mais moderada nos últimos dias, com mudança de tom até do general Augusto Heleno

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 jul 2020, 12h41 - Publicado em 8 jul 2020, 11h31

Não foi só o presidente Jair Bolsonaro que mudou a estratégia de comunicação nas últimas semanas. Os generais de quatro estrelas do Palácio do Planalto também se calaram ou mudaram o tom. Isso vale até para o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, que sempre foi beligerante. O general Braga Netto, da Casa Civil, é desde o começo o mais comedido. O general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, passou para a reserva no dia primeiro de julho para também atenuar a tensão.

Os militares no governo Bolsonaro nunca quiseram ser vistos como um grupo, por isso decidiram que jamais fariam uma reunião só deles. Mas era inevitável que fossem vistos assim. E que seus atos e palavras fossem acompanhados com muita atenção. Mas o fato é que, no começo do governo, muitos analistas achavam que eles iriam moderar o radicalismo do presidente Bolsonaro. Eles não só não foram bombeiros, como em alguns momentos pareciam ser parte do grupo incendiário. Nas últimas semanas fizeram uma necessária e bem-vinda correção de rota.

A mudança de postura, essencial na diminuição da temperatura política em Brasília, mostra que o silêncio dos generais, os assessores mais próximos do presidente, pode ser o corolário do reconhecimento dos erros do governo nos últimos meses. O pior deles: o de não acreditar na gravidade da pandemia do coronavírus, que aprofundou a crise.

Alguns dos generais do governo ajudaram, com declarações e atitudes, a aprofundar o ambiente de radicalização. A ida do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, no helicóptero que sobrevoou uma manifestação foi criticada internamente nas Forças Armadas. A ida do general Ramos a uma manifestação também. O tom agressivo do general Heleno elevou ao ponto máximo a tensão. O silêncio, então, se impôs.

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O general Augusto Heleno não posta em seu Twitter desde o dia 30 de junho. A última publicação falava sobre integrantes do primeiro escalão do governo em meio às polêmicas envolvendo inconsistências no currículo do ex-quase-ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli.

“Aos desinformados: o GSI/ABIN examinam, sobre quem vai ocupar cargos no Governo, antecedentes criminais, contas irregulares e pendentes, histórico de processos e vedações do controle interno. No caso de Ministros, cada um é responsável pelo seu currículo”, escreveu Augusto Heleno.

O general Luiz Eduardo Ramos deu entrevista à VEJA em 12 de junho, na qual afirmou ser “ultrajante e ofensivo” dizer que as Forças Armadas, em particular o Exército, vão dar golpe. Na ocasião, o ministro alertou: “o outro lado tem de entender também o seguinte: não estica a corda”.

Depois disso, em 18 de junho, o ministro usou o Twitter para questionar decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de contar quantos militares compõem o governo. Na publicação, Luiz Eduardo Ramos perguntou: “há algum problema com os militares?”. Agora, nessa terça-feira, 7, após um hiato de 21 dias, voltou a fazer declarações mais fortes, defendendo o presidente e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Nos dois casos, criticou a cobertura da imprensa.

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O general Braga Netto, da Casa Civil, teve um momento de protagonismo que assustou a área econômica, quando anunciou o plano para a retomada pós pandemia com investimento estatal. O ministro da Economia, Paulo Guedes, reagiu e ele recuou suas tropas.

Ficou claro agora que o avanço do inquérito contra Flávio Bolsonaro e a prisão do ex-faz-tudo da família Fabrício Queiroz, no dia 19 de junho, fizeram o presidente e seus filhos mudarem a postura pública. E como disse VEJA, isso é bom para o país. Os ministros militares também têm feito esforços para evitar serem foco de novas tensões.

Os generais do Planalto, contudo, não ajudaram Bolsonaro a evitar o maior de seus erros, minimizar a pandemia e tratar o problema como pretexto para a luta política. Em alguns momentos tornaram a crise mais aguda, como na nota de Augusto Heleno do dia 22 de maio à nação brasileira. Essa mesma que agora o ministro Celso de Mello considera “insólita” e “inconcebível”. 

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