Ao se posicionar novamente sobre o pacto fiscal entre os poderes, o ministro Fernando Haddad, sem dúvida, demonstra saber do empoderamento político conquistado nesta breve passagem pelo Ministério da Fazenda.
Haddad tem conseguido vitórias importantes, como a aprovação da reforma tributária, crescimento da economia muito maior do que o esperado em 2023 e, até pelo esforço feito para tentar zerar o déficit fiscal.
O mesmo movimento de superar as expectativas do PIB começou neste ano, com uma nova projeção divulgada pelo mercado, apesar do dólar estar voltando à casa dos R$ 5.
O sucesso também passa pela articulação política para aprovação de medidas do governo, elogiado até pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
É isso que faz ele se posicionar de forma tão incisiva em relação a meta de déficit zero que ele colocou como primordial desde antes do terceiro governo Lula começar.
A ponto de não ter embates só com parlamentares da oposição, mas também com integrantes da base do governo, passando pela chefia da Casa Civil e até a presidência do PT.
Haddad tem tido rusgas públicas com Gleisi Hoffmann e, todo esse empoderamento, tem gerado um certo desconforto dentro do partido, mesmo que as lideranças que o criticam o vejam como candidato natural após a segunda Era Lula.
Na cúpula do partido, contudo, há uma certeza: jamais um político ganhou com brigas internas como a que Haddad tem tido nos dias de hoje. No futuro, claro, tudo pode ser bem diferente – se unir a própria casa.