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O primeiro favor do STF para Lula que envolve Bolsonaro

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 dez 2022, 13h19

A decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), de votar pela inconstitucionalidade do chamado orçamento secreto representa a primeira vitória de Lula na Suprema Corte antes mesmo de assumir o cargo de Presidente da República.

Rosa Weber é a relatora da ação e por isso iniciou o julgamento desta quarta. Nesta quinta, 15, os demais ministros devem proferir seu voto. Em Brasília, sabe-se que já há uma maioria formada para considerar o orçamento secreto inconstitucional. A não ser que algum dos ministros peça vista e suspenda o julgamento, a expectativa é de que a Corte vote pela inconstitucionalidade das emendas de relator.

Durante seu voto, Rosa deu recados importantíssimos sobre as irregularidades do orçamento secreto e falou da cultura patrimonialista usada em favor de parlamentares.

“A cultura patrimonialista, ainda prevalecente na esfera política nacional, confundindo o público com o privado, enseja a apropriação do orçamento federal em favor de interesses eleitorais dos parlamentares. As emendas passam a servir como instrumento de preservação da posição estamental dos congressistas, assegurando a eleição, a reeleição e o arraigamento nos quadros de poder”, disse a ministra.

Em outro momento do voto, Rosa foi contundente ao dizer por que as emendas de relator são chamadas de “orçamento secreto”.

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“Não se sabe quem são os parlamentares integrantes do grupo privilegiado, não se conhecem as quantias administradas individualmente, não existem critérios objetivos e claros para a realização das despesas, tampouco observam-se regras de transparência na sua execução”, destacou.

Além disso, a ministra deixou claro que as verbas têm sido usadas por congressistas que compõem a base do governo.

“Os fatos subjacentes ao esquema do orçamento secreto revelam a progressiva tomada do orçamento público federal por congressistas que compõem a base do governo no Congresso, pondo o orçamento federal a serviço das prioridades eleitorais e dos interesses paroquiais dos parlamentares integrantes da coalizão presidencial”, enfatizou.

O voto de Rosa é a última derrota de Bolsonaro no STF antes do fim do seu governo. O atual presidente usou o orçamento secreto como moeda de troca para conseguir aprovar assuntos de seu interesse. Se o STF declarar a inconstitucionalidade das emendas, ficará evidente que Bolsonaro usou um instrumento irregular para se beneficiar.

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Para Lula, o voto de Rosa é o início de uma importante vitória. Como a coluna já apontou, o presidente eleito prefere que o STF tome uma decisão para que ele não corra o risco de se indispor com o presidente da Câmara, Arthur Lira, sobre o assunto.

Lira é abertamente a favor da continuidade das emendas de relator. Lula, durante sua campanha, criticou o orçamento secreto. Para o presidente eleito, o ideal é não ter esse tipo de atrito com Arthur Lira. Por isso, uma decisão do Supremo tiraria dele a responsabilidade de decidir sobre a questão.

Os ministros voltam a se reunir nesta quinta para o julgamento. Lewandowski já sinalizou que concorda com o voto de Rosa Weber. Resta saber se algum ministro vai forçar o julgamento a acontecer apenas em 2023, deixando Lula em situação delicada com o Congresso logo no início de sua gestão.

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