Depois de uma semana com notícias de crescimento de Jair Bolsonaro entre católicos e evangélicos e com o avanço do presidente em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, o ex-presidente Lula recebeu, enfim, uma boa notícia nesta sexta, 8.
Nova rodada da Genial/Quaest realizada apenas em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, mostra uma recuperação de 9 pontos nas intenções de voto de Lula, um número expressivo e importante para o petista.
Em março, Lula tinha 27% das intenções de voto. Em julho, o índice subiu para 36%. Bolsonaro também cresceu, mas em menor escala: saiu de 16% das intenções de voto em março para 22% agora, um avanço de 6 pontos.
Uma vitória de Lula no primeiro turno, inclusive, é bem mais viável no cenário desenhado em Minas Gerais do que em São Paulo. A soma de votos de todos os outros candidatos, incluindo Bolsonaro, não chega aos 46% que Lula possui atualmente, o que possibilitaria uma vitória já no primeiro turno entre os mineiros.
Outra boa notícia para Lula é o impacto positivo que seu apoio a Alexandre Kalil (PSD) pode gerar. O petista é o padrinho político que mais transfere votos: 42% dos entrevistados disseram que votariam em Kalil apoiado por Lula. Com uma influência bem menor, 26% afirmam que votariam em Romeu Zema caso ele fosse apoiado por Felipe d’Avila (Novo) e 15% votariam em Carlos Viana (PL) se ele fosse apoiado por Bolsonaro.
Segundo essa rodada da Genial/Quaest, Romeu Zema (Novo) lidera a disputa para o governo de Minas Gerais com 44% dos votos. Kalil aparece em segundo, com 26%.
Em relação ao atual governo, a avaliação negativa caiu quatro pontos entre março e julho. Em março, 50% dos entrevistados avaliavam o governo de forma negativa. Agora, são 46%. A avaliação positiva variou seis pontos para cima no mesmo período: em março, 23% viam a gestão de forma positiva. Em julho, o número é de 29%.
A opinião dos mineiros sobre uma reeleição de Bolsonaro também mudou. Em março, 68% acreditavam que o atual presidente não deveria ter um novo mandato. Em julho, o número caiu para 61%. Em contrapartida, mais pessoas acreditam que ele deve ser reeleito: o índice saiu de 28% em março para 34% em julho, um alívio para o presidente em Minas.
Lula pode usar seu crescimento nas intenções de voto para intensificar a campanha em Minas Gerais. Ao contrário do que aconteceu em 2018, Romeu Zema tem adotado uma postura mais neutra em relação a uma possível aliança com Jair Bolsonaro nesta eleição. Lula também pode usar isso para fortalecer a imagem de Alexandre Kalil e tentar emplacar um aliado no governo do segundo colégio eleitoral mais importante do país.