Nova pesquisa mostra o erro de cálculo de Bolsonaro e o trunfo de Lula
Expectativa sobre conversão de votos com Auxílio Brasil ainda não aconteceu...
A nova rodada da pesquisa FSB mostrou que as sabatinas dos candidatos no Jornal Nacional não tiveram grandes efeitos nos números de Lula e Bolsonaro, mas um dos recortes do levantamento aponta um erro de estratégia do atual presidente e um trunfo para o petista.
Embora o atual governo tenha apostado todas as suas fichas no Auxílio Brasil e o presidente Jair Bolsonaro faça questão de se colocar como o “pai” do benefício, o impacto do valor nos eleitores foi mínimo. Inclusive, houve uma queda nas intenções de voto de Bolsonaro entre os entrevistados da FSB que recebem o auxílio.
Segundo a pesquisa, entre os que recebem o Auxílio Brasil, 58% indicam voto em Lula. Há sete dias, em 22 de agosto, esse índice estava em 52%. Ou seja, em uma semana, o ex-presidente cresceu 6 pontos percentuais nessa faixa do eleitorado. Em contrapartida, Bolsonaro caiu 7 pontos percentuais em uma semana: saiu de 31% dos votos para 24%.
A notícia é desanimadora para Bolsonaro.
A equipe do presidente criou uma propaganda especialmente para se gabar pela criação do Auxílio Brasil e fez questão de colocar o benefício como substituto do Bolsa Família de Lula. Ao que tudo indica, os R$ 600 não convenceram os eleitores a reeleger o presidente.
Entre os entrevistados que não recebem o Auxílio, mas que têm alguém em casa que recebe, o cenário ficou praticamente estável, mas o presidente também caiu: Lula tem 62% das intenções de voto contra 24% de Bolsonaro. Há uma semana, esses números eram de 62% e 27%, respectivamente.
Entre os eleitores que não recebem o Auxílio e que foram entrevistados, o maior equilíbrio: Lula tem 39% dos votos. Há uma semana, eram 42%. Já Bolsonaro tem 38% agora e tinha 37% há uma semana.
Se o presidente e sua equipe achavam que poderiam usar o Auxílio Brasil como “muleta” para disfarçar os erros da gestão, estão descobrindo que essa ideia não vai colar.
Ou Bolsonaro começa a mostrar resultados concretos sem populismo barato – já que os mais pobres fazem parte do maior estrato socioeconômico de eleitores – ou sua chance de reeleição, que já é pequena, ficará ainda menor até o final da disputa pelo Palácio do Planalto.