Se a campanha de Jair Bolsonaro havia largado na frente com os apoios contundentes que o presidente recebeu nesta terça, 4, o cenário mudou com as alianças feitas por Lula nesta quarta, 5, em especial uma que pode dar a ele votos fundamentais no dia 30 de outubro.
Depois de almoçar com o ex-presidente, a candidata Simone Tebet manifestou publicamente seu apoio ao petista no segundo turno da eleição.
Em transmissão ao vivo, a terceira colocada na disputa deixou claro que não vai se omitir e pediu “desculpas” aos aliados que lhe pediram neutralidade.
Com a responsabilidade e ética que marcaram sua campanha, a senadora mostrou que sabe a importância do momento.
“Aprendi ao longo da minha vida pública que não se luta apenas para vencer, mas para defender projetos, iluminar caminhos e plantar sementes para uma colheita coletiva”, disse ao agradecer pelos 4,9 milhões de votos que teve no país.
O apoio da emedebista é um sinal forte para Lula e pode resultar em uma transferência de votos real em direção ao ex-presidente.
Na visão de cientistas políticos, os votos de Simone são pessoais. Os eleitores escolheram ela, e não o MDB, ao votarem no domingo.
Por isso, esse apoio contundente a Lula pode ser a vantagem a mais que o petista precisa para garantir a vitória no segundo turno.
Durante seu discurso, Simone apareceu emocionada e fez uma clara diferenciação entre Lula e Bolsonaro.
“Depositarei nele o meu voto porque reconheço no candidato Lula o seu compromisso com a democracia e com a Constituição, o que desconheço no atual presidente” afirmou.
Ao contrário de Ciro Gomes, que fez um papelão ao simplesmente acatar a orientação de seu partido, Simone Tebet se posicionou por reconhecer a importância do momento que os brasileiros vivem.
A decisão da senadora – e não só dela, mas também a do governador do Pará, Hélder Barbalho, e do ex-presidente Fernando Henrique – mostra sua força e deve ser motivo de celebração dentro da campanha de Lula, que agora se fortalece ainda mais para realizar seu sonho de voltar ao poder.
O jogo de disputas por apoio virou.