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Matheus Leitão Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Caetano: uma live é uma vida

Show do cantor baiano revigorou quem o assistiu e deu nova esperança ao Brasil. Foi um claro instante

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 dez 2020, 12h42
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  • O ano de todas as aflições teve no sábado, 19, um momento de pausa. Era como se houvesse surgido repentinamente uma válvula de escape de um tempo sufocante. A suavidade de Caetano Veloso, a beleza do cenário, o aconchego familiar dos filhos que entraram discretamente, a ausência qualquer de referência àquele que nos atormentou durante todo o ano de 2020… tudo na live de Caetano foi restabelecendo uma sensação de normalidade. Talvez de que a vida possa um dia voltar ao normal.

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    O ambiente de alegria começou a se formar antes, com os muitos pedidos, feitos pelos fãs em busca de suas músicas favoritas. Eu me sinto sortudo porque nem sei se o meu pedido chegou a Caetano, mas sei que ele o atendeu. Cantou “Um Índio”. Em um ano com tantas ameaças às comunidades indígenas no Brasil, seja pelos absurdos do governo, seja pela dureza da Covid-19, era a música que eu gostaria de ouvir. E ele cantou de forma magistral: “Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante”. 

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    A verdade é que foi mesmo um claro instante. O show inteiro foi um claro instante do que o Brasil é, mas tem se esquecido de ser neste difícil ano: a parte mais aguda da nossa distopia. Nas redes sociais explodiram os “obrigado Caetano”, “obrigada Paula”. As hashtags do cantor e da live. Os comentários mais frequentes eram esses: de que enfim o Brasil retornava ali, e que novas esperanças surgiam. Entre as muitas delicadezas do cantor, os elogios à Simone, que no passado fez um disco de Natal recorde de vendas, e ao cantor Roberto Carlos, onipresente nos especiais de fim de ano. 

    Um destaque não musical foi a lembrança dele sobre os velhos Natais da sua Santo Amaro da Purificação, que tinham presépio, com areia do mar e folhas de pitanga. “O menino Jesus na manjedoura, e o mundo, o muuuundo em volta”. Deviam ser lindos mesmo, e o olho de Caetano brilhou. Mas a questão permanece: o que dizer, depois deste momento de alívio, se não agradecer a todos os envolvidos? A live foi uma estrela que pousou no coração do hemisfério sul, da América do Sul – um raro claro instante em 2020.

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