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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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A volta por cima de José Serra

Senador mostra - mais uma vez - que entende de política e vota contra PEC absurda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2022, 12h38 - Publicado em 1 jul 2022, 15h45

O barulho causado pela aprovação quase unânime da chamada PEC Kamikaze, que dá cheque em branco ao governo para ampliar despesas a menos de 100 dias das eleições, escondeu um fator importante da votação: apenas o senador José Serra se posicionou contra a aprovação da proposta.

Depois de passar um tempo afastado por motivos de saúde e reassumir seu mandato de Senador no fim de janeiro deste ano, José Serra deu uma aula de responsabilidade à frente do cargo que ocupa.

A votação da proposta, que aconteceu nesta quinta, 30, teve placar de 72 votos a 1 no primeiro turno e de 67 votos a 1 no segundo turno. Nas duas situações, esse único voto contrário foi de Serra.

“Fui o único senador a votar contra a [Proposta de Emenda à Constituição] PEC 16, aprovada em conjunto com a PEC 1/22, apelidada de PEC Kamikaze. Por esse nome já sabemos que se trata de uma bomba fiscal. Essa PEC viola a Lei de Responsabilidade Fiscal e fura o teto de gastos. O pretexto foi defender quem mais precisa, mas isso deveria ser feito de outra forma — o governo enviaria projeto de lei e créditos extraordinários, sinalizando controle e governança”, escreveu o senador em seu Twitter.

O raciocínio faz todo sentido. Em meio a uma crise econômica que só chegou a esse ponto por ineficiência do governo, o presidente Jair Bolsonaro tenta desesperadamente melhorar seus índices de popularidade entre os eleitores enquanto as pesquisas de intenção de voto mostram que suas chances de reeleição são pequenas.

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José Serra tem uma carreira política respeitável. Em um de seus projetos mais importantes, implantou o inquestionável programa de combate à Aids quando ocupou a cadeira de Ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso.

O tucano, que viu ainda a investigação contra ele aberta pela Lava Jato ser suspensa, sabe que a aprovação da PEC não é a solução. A questão não é deixar os mais necessitados sem assistência, mas fazer isso da forma correta. Esse tipo de atalho só piora as contas públicas e o Brasil vai pagar um preço alto no futuro.

Furar o teto de gastos é uma irresponsabilidade. Bolsonaro faz isso porque está pensando apenas no curto prazo e em conseguir mais votos em outubro. Depois que as eleições passarem, o ocupante da cadeira de Presidente da República terá um rombo para resolver. José Serra sabe disso. E merece os parabéns por ter se colocado contra esse absurdo.

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