Passou quase despercebido nesta semana o avanço da PEC da Anistia – a proposta que pretende conceder o maior perdão de dívidas a partidos políticos na história do Brasil.
Na quarta-feira, 2 – enquanto o país se chocava com a revelação de mais uma operação aloprada da extrema-direita e aguardava ansiosamente o resultado da reunião do Copom sobre os juros -, o Congresso elegia o presidente da comissão que analisará essa vergonhosa proposta.
O deputado Diego Coronel (PSD-BA) será o responsável pela comissão, com o colega parlamentar Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) que tem a relatoria da PEC. Ou seja, um partido de centro e um que tem entre os filiados Jair Bolsonaro, da extrema-direita brasileira.
Mas, quando se fala em anistia para as dívidas partidárias – ou quando aperta no bolso dos caciques políticos – as diferenças ideológicas ficam de lado. A presença do PL, e, claro, do PSD, não impedirá o apoio de partidos de esquerda a ideia da proposta.
Não mesmo. Não importa nem o abismo filosófico entre o petismo e o bolsonarismo.
A matéria precisa da aprovação de 60% do parlamento – mais de 300 deputados e quase 50 senadores – para fazer desaparecer o calote de milhões de quase duas dezenas de partidos.
Nas eleições passadas, quase todos as legendas não cumpriram as regras que obrigava o repasse mínimo de recursos para candidaturas de mulheres e negros.
Sim, a história só piora.
Segundo a coluna apurou, a previsão é a de aprovação tranquila, e com placar folgado. Nessas horas, queridos leitores, aquela apaixonada polarização fica imediatamente de lado.
Um bom fim de semanas a todos.