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Matheus Leitão Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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A preocupação no Itamaraty com a guerra e as retaliações de Bolsonaro

Ou... o sentimento que assombra o ministério das Relações Exteriores

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 mar 2022, 09h19 - Publicado em 1 mar 2022, 14h21
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  • Enquanto o país precisa de toda a inteligência existente no Itamaraty, inclusive para pensar as melhores saídas para o Brasil do ponto de vista das relações internacionais e da economia interna após o início da guerra, os diplomatas brasileiros estão, na verdade, preocupados.

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    Preocupados, por exemplo, se a opinião deles – obviamente diferente daquelas propagadas por Jair Bolsonaro – será mal recebida no Palácio do Planalto.

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    Segundo esses diplomatas ouvidos pela coluna, há sempre o “terror” no Itamaraty de se comentar algo e isso chegar à Presidência da República. Desta forma, os que poderiam colaborar ajudando a formular políticas, acordos e saídas diplomáticas… preferem o silêncio.

    Uma das preocupações do corpo técnico diplomático brasileiro é que Bolsonaro correu atrás dos fertilizantes na Rússia, ao encontrar Vladimir Putin dias antes do início da guerra, mas pode ser que eles nem cheguem ou cheguem a um custo exorbitante. Isso, por conta das acertadas sanções impostas após os covardes bombardeios contra a Ucrânia.

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    A agricultura precisa plantar, precisa sim desses fertilizantes, mas hoje, por conta da guerra, agregou-se mais uma dificuldade à obtenção dos produtos. Se a União Europeia bloquear pontos de trânsito de cargueiros e trens, por exemplo, o Brasil perde.

    Se novos boicotes privados acontecerem, como o da Maersk, maior empresa de contêineres do mundo, que declarou que pode suspender as operações na região, o Brasil também perde. 

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    Se a desordem provocada por ambiente de crise impedirem Belarus e a própria russa de produzir e enviar fertilizantes, será também ruim para a agricultura brasileira, o setor mais dinâmico da nossa economia. 

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    Rússia e Ucrânia são grandes produtores de trigo, o Brasil importa metade do que consome de trigo. Claro que a maior parte é comprada em países próximos, como a Argentina, mas pode sim haver escassez do produto.

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    O pior mesmo é que não dá para fazer uma avaliação de todos os lados da crise de uma forma sincera dentro do Itamaraty, segundo esses diplomatas ouvidos pela coluna, porque muitos têm medo de que “o que for dito” chegue ao Palácio do Planalto.

    O Itamaraty tem que olhar todos os lados de uma questão com essa, e convocar suas melhores inteligências para formular estratégias diplomáticas, mas a falta de coordenação, e esse clima de censura interna, impede que essa inteligência funcione no momento atual.

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    Até para ajudar a abastecer a economia, se adiantar, tomar iniciativas para resolver os problemas que vão surgir, o Itamaraty tem dificuldade na atual gestão. Há esse temor constante de que qualquer coisa possa ser entendida como crítica, que é o que o presidente merece, ou oposição ao bolsonarismo radical.

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