Lideranças do Congresso Nacional ouvidos pela coluna sob a condição de anonimato afirmaram que todo o recente avanço que havia sido construído pelo governo Lula na relação com o parlamento – ou boa parte dele – foi por água abaixo com a decisão do Supremo sobre a desoneração das folhas de pagamento.
Após os últimos capítulos nos quais o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, chamou publicamente o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de incompetente – deixando claro que a quinta gestão petista não cumpre os combinados nas negociações políticas com o parlamento – , houve um esforço coletivo que envolveu o próprio presidente Lula, mas também Rui Costa, da Casa Civil, e Fernando Haddad, da Fazenda.
Os frutos começaram inclusive a ser colhidos nesta semana, quando o governo conseguiu, por exemplo, adiar a apreciação dos vetos do mandatário petista a propostas aprovadas pelo legislativo. Para isso, contou com uma negociação com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco.
Ocorre que não está fácil a vida de Lula. O próprio senador soltou uma nota na qual se mostra extremamente insatisfeito, subindo o tom de uma forma raramente vista nos últimos anos.
Agora, além do problema com Lira e o vai e vem em sua insatisfação com o núcleo político do governo Lula, haverá também um novo comportamento de Pacheco. É o que garantem esses políticos ouvidos pela coluna.