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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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A ministra de Lula que flerta com o bolsonarismo

Apesar do cargo de destaque no governo petista, chefe do Planejamento se aproxima do movimento de extrema-direita nas eleições de 2024

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 abr 2024, 19h48 - Publicado em 3 abr 2024, 19h47

A contradição da ministra do Planejamento, Simone Tebet, ao declarar apoio à reeleição do prefeito bolsonarista de São Paulo, Ricardo Nunes, é mais difícil de ser explicada, mas não deixa de ser uma contradição política daquelas.

Importantíssimo durante a redemocratização do país, o MDB mudou. Há muitos anos, o que move o MDB é o business da política e não algum conteúdo programático.

O fato de ela e Nunes serem filiados ao mesmo partido importa menos, inclusive. São Paulo é a maior e mais rica cidade do país, e, por isso mesmo, trata-se da mais importante eleição municipal do país.

Para o MDB é fundamental usar todos os recursos disponíveis para manter Nunes em suas fileiras, evitando sua adesão ao PL, e manter o controle sobre o caixa da capital paulista. O presidente da República, o governador de São Paulo, empresários e diversos outros atores são obrigados a manter portas abertas para o partido que governa São Paulo.

O objetivo do apoio de Simone Tebet a Ricardo Nunes é muito pragmático. Mas é inevitável notar a falta de coerência entre a posição que ela ocupa no governo federal e o apoio que dá ao principal prefeito aliado de Jair Bolsonaro. Agrava a situação o fato de o campo governista ter dois pré-candidatos na cidade: Guilherme Boulos e Tabata Amaral.

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Não que ela pudesse apoiar os outros, mas poderia ter ficado fora dessa disputa. Se lembrarmos o papel fundamental de Tebet no segundo turno das eleições presidenciais, em 2022 – e, inclusive, seus discursos – as atuais declarações dela sobre o apoio a Ricardo Nunes se tornam ruins para ela.

“É um democrata. […] Até agora, Ricardo Nunes não me deu ainda nenhum motivo para não apoiá-lo. Obviamente, vou ver qual é a plataforma de governo dele, se ele vai continuar defendendo a democracia e os valores com os quais eu comungo. O que me recuso é subir em palanque de bolsonarista”, disse.

Ora, ora, ora… segundo a Tebet de 2022, qualquer um que estivesse com Bolsonaro estaria contra a democracia brasileira. Mas dois anos depois, alguma coisa mudou. Ela pode apoiar um político que precisa de Bolsonaro para vencer.

Nunes foi vice na chapa que reelegeu Bruno Covas (PSDB), em 2020. Mas permaneceu como ilustre desconhecido da maior parte dos paulistanos até Covas morrer e deixar como herança o mandato praticamente inteiro para o aliado.

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Até agora, Nunes não mostrou a que veio. Não tem um projeto ou marca que identifiquem a solução de um dos problemas que abatem o dia a dia dos habitantes de São Paulo.

Essa apatia e falta de projetos, no entanto, não surpreendem. Elas combinam com a falta de programa para o Brasil que caracteriza muitos partidos de centro.

O MDB de Tebet e Nunes é muito distante daquele de Ulysses Guimarães. O partido, hoje, é um dos mais bem-sucedidos exemplos de fortaleza para as elites políticas sobreviverem no poder.

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