A confusão que espera Bolsonaro na Rússia
Ou… o que se esperar do encontro dos líderes políticos isolados
Apesar da escalada de tensão entre a Rússia e a Ucrânia nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro decidiu manter a viagem marcada nesta segunda, 14, para encontrar o presidente russo Vladimir Putin e, em seguida, vai se reunir com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
Bolsonaro fez questão de manter os encontros para mostrar que tem boas relações internacionais e provar que não está isolado, mas a escolha dos líderes com quem ele vai se encontrar mostra exatamente o oposto. O presidente brasileiro vai tentar sair do isolamento se reunindo com outros dois líderes isolados no mundo.
De um lado, Vladimir Putin está sob intenso cerco nas últimas semanas e ameaça invadir a Ucrânia sob o pretexto de estar preocupado com a entrada dos ucranianos na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
O presidente russo é autoritário e não tem tido bons relacionamentos com outros países, a exemplo do que acontece com Bolsonaro.
Na Hungria, o primeiro-ministro Viktor Orbán também mantém um governo autoritário e de ultradireita, alinhado a muitas posturas radicais adotadas pelo presidente do Brasil.
Jair Bolsonaro erra duplamente: primeiro, não deveria cogitar uma viagem à Rússia num momento tão delicado. Segundo, não deveria se isolar ainda mais fazendo encontros apenas com os líderes que são compatíveis com sua postura ridícula como governante.
O presidente brasileiro está se metendo em uma confusão sem necessidade no ano em que deve perder a eleição presidencial e o foro no Supremo Tribunal Federal. Zero sabedoria como sempre.