A ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello, integrante do escritório de transição do governo Lula, fez duas graves denúncias contra o governo Bolsonaro, no que tange à desvirtuação do Bolsa Família.
O programa nasceu da ideia da transferência direta de renda com condicionalidades que envolvem a manutenção de crianças nas escolas. Conseguiu, ao longo dos anos, tirar inúmeras famílias da extrema pobreza.
Na atual gestão, contudo, seu cadastro único foi corrompido, permitindo, segundo Campello, o aumento das distorções de pagamentos do benefício para pessoas que estão fora da linha da pobreza. Não que isso não acontecesse antes, mas era raro.
Agora, explodiu.
Existem exemplos claros desse absurdo com o suado dinheiro do contribuinte, como o covarde agressor de Gilberto Gil no Qatar e a filha do deputado eleito Eduardo Pazuello, o pior ministro da Saúde da História do Brasil.
Em entrevista ao Estadão, Tereza Campello conta que houve um aumento de beneficiários às vésperas das eleições, o que pode vir a ser investigado como abuso de poder econômico.
“Botaram dentro do Bolsa Família na última hora, e na véspera da eleição, milhões de pessoas. Tem um monte de gente que entrou que não faz parte da população pobre ou desinformada. Tem gente com ma-fé”, disse ela ao repórter Pedro Venceslau.
Além disso, a forma do cadastramento daqueles em extrema-pobreza foi realizado – também segundo Tereza Campello – de forma errada, gerando distorções que podem levar a paralisação do pagamento de brasileiros que precisam do programa para sobreviver.
“Serão filas enormes no início do governo do presidente Lula com muita gente pobre”, sentencia a integrante do grupo de transição, que não mede as palavras. Para ela, estamos, como país, diante de uma triste bomba-relógio.