A iminência do caos em Maceió por causa da mina da Braskem
A previsão era de que a estrutura da empresa pudesse entrar em colapso às 6 horas da manhã desta sexta-feira (1) e afundasse 5 bairros da capital
O risco iminente de colapso de uma mina de exploração de sal-gema da petroquímica Braskem, na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, deixaram as autoridades em alerta máximo. Um decreto da prefeitura, assinado na última quarta-feira (29), declarou situação de emergência na capital de Alagoas por 180 dias. Com isso, governos municipal, estadual e federal foram acionados para atuarem em conjunto no gerenciamento da crise.
Havia uma previsão de que a estrutura pudesse eclodir nesta sexta-feira, às 6 horas da manhã. O que felizmente não aconteceu. O fato é que a tragédia pode se concretizar a qualquer momento.
O problema, no entanto, se arrasta desde 2018, quando tremores foram sentidos por moradores. Depois, foi constatado que uma das 35 minas da empresa desmoronou e outras tinham deformidades. De lá pra cá, a situação vem piorando abruptamente. Hoje a cidade vive uma situação dramática, a mina está cedendo, em média, 53 centímetros por dia, segundo a Defesa Civil Municipal. A profundidade já é de 1,42 metro.
Cerca de 60 mil pessoas já saíram de casa desde o início dos tremores. Os deslocamentos continuam nos bairros de Mutange, Bom Parto, Farol, Bebedouro e Pinheiro. As consequências da ruptura da mina ainda são imprevisíveis, com potencial para ser uma das maiores tragédias do país.
Parlamentares do estado, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e senador Renan Calheiros (MDB) estão se mobilizando após o alerta de emergência. O presidente da Câmara está na cidade e afirmou, nas redes sociais, que acionou o governo federal.
“Entrei em contato com o Ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goes, solicitando prontidão e alerta da Defesa Civil Nacional para acompanhar as graves consequências geradas pela exploração das minas pela Braskem, em Maceió”, afirmou.
Seu adversário político, Renan, interrompeu sua licença médica por conta de uma cirurgia no olho, para reforçar a necessidade de ajuda imediata do governo federal e da investigação da atuação da petroquímica, na CPI da Braskem, de autoria do senador.
Em julho deste ano, a Braskem fechou um acordo com a Prefeitura de Maceió para ressarcir o município em 1,7 bilhão em razão do afundamento do solo para a realização de obras de contenção e assistência aos moradores atingidos.