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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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‘Tropa de elite’, Bope do Rio passa a usar câmeras em uniformes de PMs

Decisão de implantar equipamentos ocorre em meio a uma polêmica envolvendo União e estados sobre a utilização do equipamento

Por Da Redação 8 jan 2024, 13h36

A partir desta segunda-feira, 8, policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Rio de Janeiro, vão utilizar câmeras corporais nos uniformes durante as operações. A medida foi divulgada pela Polícia Militar logo depois de a unidade de elite ter sido acusada de matar três homens, que já estavam rendidos e desarmados, em uma ação no Complexo de Israel, na zona norte do Rio, na semana passada. O laudo da necrópsia aponta que dois deles foram mortos com disparos de fuzil, segundo a Agência Brasil.

O Bope é uma das mais conhecidas unidades especializadas da Polícia Militar do país e foi celebrizada nas telas ao inspirar o filme Tropa de Elite (2007), dirigido por José Padilha, com Wagner Moura interpretando o personagem principal, Capitão Nascimento. O filme foi baseado no livro Elite da Tropa, escrito pelos ex-policiais André Batista e Rodrigo Pimentel e pelo antropólogo Luiz Eduardo Soares, que conta histórias sobre a mais popular unidade da PM fluminense.

Em 2008, Tropa de Elite ganhou o Urso de Ouro em Berlim.
Wagner Moura, como o Capitão Nascimento, no filme ‘Tropa de Elite’, de 2007, inspirado em livro sobre o Bope (VEJA.com/VEJA)

O anúncio de que o Bope passou a utilizar os equipamentos ocorre em meio a um debate cercado de polêmicas sobre o tema. O governo do Rio de Janeiro deu início à implementação dos equipamentos somente após decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de um processo que tramita na Corte desde 2019 – em diversas ocasiões, o governador Cláudio Castro (PL) contestou a medida e criticou a tecnologia.

O uso do equipamento também nunca convenceu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Durante a sua campanha eleitoral, em 2022, ele chegou a prometer que iria acabar com as câmeras corporais na PM — pouco após assumir o Palácio dos Bandeirantes, em 2023, ele moderou o tom, afirmando que iria reavaliar a necessidade da política, mas voltou a fazer declarações contra o equipamento na semana passada.

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Defesa pelo governo federal

O uso de câmeras corporais em uniformes policiais é uma das pautas defendidas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Na última quinta-feira, 4, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, informou que a pasta deve publicar em fevereiro as diretrizes nacionais para o uso de equipamentos pelas PMs. “Ideologizar o debate sobre segurança pública não faz bem ao Brasil”, publicou ele nas redes sociais. Antes disso, o ministro Flávio Dino já havia recomendado que todos os estados adotassem os sistemas.

O apoio é endossado por organizações da sociedade civil, que apontam a eficácia da política de segurança na redução da letalidade policial. Na quarta-feira da semana passada, 3, uma nota assinada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Instituto Sou da Paz, Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV) e outras entidades afirma que o número de mortes por agentes caiu 51% em batalhões que implementaram as câmeras corporais.

Doria foi o precursor

Em São Paulo, as câmeras começaram a ser adotadas no segundo semestre de 2020, sob o governo de João Doria (PSDB), na esteira de uma onda de protestos contra a violência em abordagens policiais. Naquele ano, viralizou nas redes sociais o vídeo de oito agentes da PM espancando um homem na Zona Norte da capital paulista — as imagens surgiram meses após o massacre de Paraisópolis, no final de 2019, quando uma operação durante um baile funk deixou nove jovens entre 14 e 23 anos mortos.

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