O comportamento de aliado infiel de Renan Calheiros (PMDB-AL) pode custar ao senador a liderança do PMDB no Senado. O governo deseja que o partido do presidente Michel Temer tivesse como representante um político mais alinhado com o Planalto. Renan se destacou pelo “fogo amigo” contra as reformas trabalhista e da Previdência e, depois da delação premiada do grupo JBS, chegou a defender que o presidente renunciasse ao cargo.
O senador tem se mantido na liderança do PMDB apesar da pressão do governo. A questão é até quando. Um dos apoiadores da sua permanência, Roberto Requião (PMDB-PR) insinuou que a articulação contra Renan possa incluir um “argumento monetário”. Na rede social Twitter, ele escreveu que quem retirar o apoio ao alagoano “para colocar um indicado por Temer” vai receber “uma mala igual a do Rodrigo”.
Ex-assessor especial de Temer e ex-chefe de gabinete do próprio Requião, o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi flagrado pela Polícia Federal recebendo 500 mil reais de um diretor do grupo JBS em um restaurante de São Paulo. Na gravação que deflagrou a crise política do governo Temer, o presidente diz ao empresário Joesley Batista que pode procurar Loures como seu interlocutor no governo.
O senador não diz quem nem o motivo pelo qual alguém pagaria para que Renan perdesse sua função, nem “quem comenta no Senado”, mas acaba, intencionalmente ou não, colocando uma sombra sobre a idoneidade da escolha do seu líder pelo partido.
Comenta-se no senado:quem retirar a assinatura de apoio ao lider para colocar um indicado por Temer,receberá uma mala igual a do Rodrigo.
— Roberto Requião (@requiaooficial) May 29, 2017