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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Quem é o coronel da PM indicado por Bolsonaro a vice de Ricardo Nunes

Ricardo de Mello Araújo tem longo registro de controvérsias como chefe da Rota e diretor da Ceagesp

Por Da Redação Atualizado em 29 jan 2024, 18h10 - Publicado em 29 jan 2024, 11h56

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), deve avaliar o nome do coronel da Polícia Militar Ricardo de Mello Araújo para compor sua chapa como vice nas eleições municipais de 2024. A avaliação deverá ser feita em conjunto com o partido de Nunes e outras legendas que devem apoiá-lo, como PP e Republicanos. Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e por Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, o policial da reserva tem uma longa ficha de polêmicas durante sua passagem por cargos de gestão pública.

Entre 2017 e 2019, Mello Araújo foi comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), batalhão especial da PM de São Paulo. Durante seu comando, ele ganhou notoriedade por declarar que a Rota “trabalha mais com repressão” e por defender “abordagens diferentes” da polícia com moradores da periferia e de bairros nobres da capital paulista. “Se eu coloco um policial da periferia para lidar com a mesma linguagem que uma pessoa da periferia fala aqui no Jardins, ele pode estar sendo grosseiro com uma pessoa que está ali, andando”, afirmou em uma entrevista.

Em 2020, Mello Araújo foi nomeado por Bolsonaro para assumir a direção da Ceagesp, estatal do governo federal que atua no armazenamento e distribuição da produção agrícola em São Paulo. Após dois anos à frente da empresa, o ex-coronel tornou-se alvo de uma investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) por denúncias de assédio e coerção contra funcionários sindicalistas — alguns relatos indicam uma frequente circulação de policiais armados nos entrepostos e até ameaças de morte.

Também como diretor da Ceagesp, Araújo implementou um processo de militarização da companhia, substituindo servidores por antigos colegas da PM — ele nomeou agentes da reserva ou ex-integrantes da polícia para 22 dos 26 cargos comissionados à sua disposição. Todos pediram demissão no mesmo dia em que o ex-coronel foi exonerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 6 de janeiro de 2023.

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Bolsonarista nas redes sociais

Nas redes sociais, Mello Araújo é autor de uma série de publicações de cunho bolsonarista. Em uma postagem no Facebook de 2020, o coronel ataca o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela decisão de impedir a nomeação do ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, para assumir o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. “Já vimos esses que se dizem Juízes do Supremo julgando casos que envolviam pessoas próximas, que pelo certo deveriam se colocar impedidos mas passam por cima de tudo, rasgam as leis (sic)”, escreve Araújo.

Atualmente deputado federal pelo PL, Ramagem foi barrado por Moraes em razão de relações pessoais com a família Bolsonaro e tornou-se alvo da PF, na última semana, por suspeita de aparelhar a Abin e espionar opositores do governo de Jair Bolsonaro.

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No mesmo ano, o coronel publicou um vídeo no qual critica João Doria e Luiz Henrique Mandetta — à época, governador de São Paulo e ministro da Saúde, respectivamente — em razão das medidas de quarentena impostas durante a pandemia e defende a posição de Bolsonaro. O vídeo foi postado com a legenda “Confiem em nosso Presidente, sigam o Messias”.

No dia 15 de dezembro de 2020, o coronel também levou Bolsonaro para uma visita à Ceagesp, na qual o então presidente atacou duramente Doria, que defendia a privatização do entreposto de mercadorias.  “Estamos desratizando o Brasil e aqui é um ninho de ratos. Para quem fala em privatização, enquanto eu for o presidente da República, essa é a casa de vocês. Nenhum rato vai querer privatizar isso aqui para beneficiar seus amigos”, afirmou Bolsonaro. O discurso foi feito para uma plateia de funcionários da Ceagesp e policiais militares arregimentados por Araújo.

 

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