O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), passou o último fim de semana com o seu secretariado fechando os detalhes do Plano Estadual de Imunização contra a Covid-19, que foi anunciado nesta segunda-feira, dia 7. Além das informações já sabidas – a vacinação começará no dia 25 de janeiro e os primeiros a receberem as doses serão profissionais de saúde, indígenas, quilombolas e idosos -, há alguns detalhes que diferenciam a aplicação da CoronaVac das vacinas para outras doenças.
Um deles é a necessidade de preenchimento de um longo formulário sobre o perfil do paciente e o acompanhamento do mesmo por meio virtual para verificar se ocorrerá algum tipo de efeito colateral nos dias seguintes. O objetivo é reunir o máximo de informações possíveis sobre o imunizante, que para ser aplicado na população em janeiro ainda precisa ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Instituto Butantan, que desenvolve a vacina com a farmacêutica chinesa Sinovac, garante que o produto é seguro com base na aplicação em mais de 60.000 pessoas no Brasil e na China.
“Não vai ser só tomar a vacina e ir embora. A pessoa precisará responder a um questionário e ser acompanhada depois”, afirmou a VEJA Geraldo Reple Sobrinho, presidente do Conselho de Secretários Municipais de São Paulo (Consems-SP). Ele é o responsável por organizar junto às prefeituras a execução do programa.
Segundo ele, cada local precisará ter à disposição uma equipe de pelo menos dez pessoas – três seriam só para cuidar dessa parte burocrática e o restante para tratar do armazenamento e aplicação da vacina nos pacientes. A previsão é que 54.000 profissionais da saúde sejam mobilizados na operação.
Sobrinho também explicou que é preferível que os locais de vacinação sejam escolas, igrejas e estacionamentos do que postos de saúde. A ideia é não lotar os centros médicos que já têm outras demandas a serem atendidas.
Doria informou hoje que o plano custará ao todo 100 milhões de reais do caixa estadual, sem contar os gastos com seringa e agulhas, que, segundo ele, já foram adquiridas. Com o receio de ataques criminosos, cerca de 25.000 homens da Polícia Militar serão acionados para escoltar o imunizante da fábrica do Butantan às cidades do estado.
Casos e mortes
A média móvel de mortes em decorrência da Covid-19 chegou a 599,6 nesta segunda-feira, 7, segundo cálculo que leva em consideração a média dos últimos sete dias, de acordo com dados oficiais. O número representa quase cem casos a mais do que o índice registrado há duas semanas e é a maior desde 10 de outubro. Já a média móvel de casos chegou a 41.147,6 nesta segunda-feira, também um aumento em relação à média de 30.163,4 ocorrências registradas há duas semanas.