A Polícia Federal de São Paulo indiciou o influenciador fitness Ricardo Cariani pelos crimes de tráfico de drogas equiparado, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. O indiciamento é o ato que marca a finalização da fase de inquérito. O caso agora segue para o Ministério Público, que vai avaliar as provas colhidas pela PF. Se concordar com a conclusão do delegado, a Promotoria pode propor uma ação penal contra Cariani e colocá-lo no banco dos réus. Somadas, as penas dos crimes do relatório da PF podem chegar a trinta anos.
Em dezembro, o influenciador foi alvo de uma operação que vasculhou endereços ligados a ele em São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo, Ribeirão Preto, Diadema, Praia Grande e Guarujá, em São Paulo, Curitiba e Rubim (MG). O indiciamento aconteceu no dia 18 de dezembro, logo depois do depoimento do influencer. Químico de formação, Cariani é sócio da Anidrol, uma empresa de produtos químicos com sede em Diadema. A suspeita da PF é de que ele usaria o estabelecimento pra fornecer matéria-prima para o tráfico.
O caso chegou às autoridades por causa de uma denúncia feita sobre o esquema que seria supostamente usado por Cariani. Determinados produtos químicos têm circulação restrita e, por isso, só podem ser vendidos e comprados por empresas credenciadas pelo governo. “Laranjas” teriam se passado por representantes comerciais de grandes indústrias do ramo farmacêutico simulando a compra de materiais da Anidrol, emitindo notas fiscais frias. As empresas descobriram e denunciaram a fraude, que teria levado os investigadores até Cariani.
Com mais de sete milhões de seguidores no Instagram e seis milhões no YouTube, o influenciador e fisiculturista vende cursos e mentorias voltados para ganho de massa muscular e emagrecimento. Ele é dono de uma empresa de masterclass e faz acompanhamento de famosos. “Conquiste o corpo dos seus sonhos, aprenda a treinar, a se alimentar melhor e a se organizar para o sucesso. Diga adeus à procrastinação e dê as boas-vindas a uma versão melhor de si mesmo. Vamos nessa?”, dizia a página de abertura do seu site na época da operação. Hoje, o endereço eletrônico está fora do ar.
Outro lado
Em nota, a defesa de Cariani diz que “o indiciamento ocorreu de forma precipitada”. “As conclusões da autoridade policial expostas no relatório são equivocadas e vêm sendo contraditadas no curso do procedimento. Apresentamos ao juízo uma série de documentos que comprovam que Renato jamais participou de qualquer atividade ilícita, e temos a certeza de que sua inocência será reconhecida pela Justiça”, afirma o advogado Aldo Romani Neto.