Influenciador fitness é alvo de operação que investiga tráfico de drogas
Renato Cariani é fisiculturista e personal trainer de famosos; nas redes sociais, ele se apresenta como professor de química
O influenciador fitness e personal trainer Ricardo Cariani foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira, 12. Ele e outros investigados são suspeitos de articularem um esquema de desvio de produtos químicos para o tráfico de drogas.
Além dos agentes da PF, participaram da operação o Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Receita Federal. Segundo as autoridades, o grupo criminoso ocultaria a origem ilícita dos produtos desviados emitindo notas fiscais frias e usando depósitos “laranjas” para esconder os produtos.
De acordo com a corporação, as investigações identificaram o desvio de 12 toneladas de fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. Com esses produtos daria para fabricar mais de 19 toneladas de cocaína e crack.
Com mais de 7 milhões de seguidores nas redes sociais, Cariani mostra o seu dia a dia como influenciador fitness e treinador de famosos, como o humorista Danilo Gentili, o cantor de funk MC Daniell e o apresentador de podcast Sergio Sacani. Ele também é fisiculturista e se apresenta como professor de química.
Além dos acompanhamentos, ele vende cursos on-line que prometem uma mudança no estilo de vida dos seus alunos. “Conquiste o corpo dos seus sonhos, aprenda a treinar, a se alimentar melhor e a se organizar para o sucesso. Diga adeus à procrastinação e dê as boas-vindas a uma versão melhor de si mesmo. Vamos nessa?”, diz a abertura do site do influenciador.
Ele divulgou um vídeo nas redes sociais afirmando que não sabe o conteúdo da investigação e que foi surpreendido pela operação desta terça. Segundo o influenciador, a empresa tem todas as licenças e certificações tanto nacionais quanto internacionais.
Cariani é sócio da Anidrol Indústria Química Ltda., uma empresa de fabricação de produtos farmoquímicos que tem sede em Diadema (Grande São Paulo) e que também foi alvo da PF nesta terça. No site da Anidrol, consta que uma das suas atividades é a fabricação própria de “sais de acetatos, ácidos, cloretos, fosfatos, nitratos, sulfatos”.
Mandados de busca e apreensão
A PF divulgou que cumpriu dezoito mandados de busca e apreensão, distribuídos por oito cidades: São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo, Ribeirão Preto, Diadema, Praia Grande e Guarujá, em São Paulo, Curitiba (PR) e Rubim (MG). Até o momento, não houve prisões.
Os investigados podem responder pelos crimes de tráfico de drogas equiparado, associação criminosa para o tráfico e lavagem de dinheiro. As penas, juntas, somam 35 anos. A operação foi batizada de Hinsberg, em alusão ao químico Oscar Hinsberg, que descobriu como transformar outros produtos químicos em fenacetina, um analgésico que hoje é proibido no Brasil, mas é usado na fabricação de entorpecentes.
A reportagem entrou em contato com a Anidrol, mas não obteve retorno e busca contato com o influenciador fitness Ricardo Cariani.
A reação de Lula ao ser aconselhado a decretar intervenção na segurança do Rio
A provocação de Lázaro Ramos após megaoperação no Rio
Quem são os chefões do Comando Vermelho mortos na megaoperação do Rio
Paulo Betti causa divergências ao falar sobre megaoperação no Rio
Combate ao tráfico: Cláudio Castro se sai melhor que Lula, aponta pesquisa







