A falta de coerência ideológica e de unidade de atuação é uma marca história do bagunçado sistema partidário brasileiro, um amontado de siglas que já chega a 33, um recorde desde que a Lei de Anistia, em 1979, colocou fim ao bipartidarismo existente na ditadura militar.
Mas o problema vez ou outra volta ao noticiário para lembrar a fragilidade dessas organizações, que deveriam ser o esteio do sistema de democracia representativa. A última novidade agora é a “oposição governista”, como mostra reportagem de VEJA publicada na edição desta semana,
Em alguns partidos que tentam se apresentar como alternativa ao presidente Jair Bolsonaro, inclusive construindo candidaturas próprias ao Planalto para 2022, como o PSDB, o índice de alinhamento com as propostas do governo chega a 84%.
Entre os tucanos, alguns deputados passam de 90%, como o ex-candidato a presidente da República, Aécio Neves (MG), que vota a favor do governo em 91% dos encaminhamentos feitos na Câmara, ou Geovânia de Sá (SC), cuja taxa de adesismo chega a 96%.
O PDT, que acompanha o governo em 42% das situações na Câmara, provocou uma crise na semana passada quando 15 dos seus 25 parlamentares votaram a favor da PEC dos Precatórios, um projeto estratégico para Bolsonaro porque permite a criação do Auxílio Brasil e libera verba para agradar congressistas e partidos que o apoiam em 2022. O postulante à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, chegou a suspender a sua candidatura em protesto contra o comportamento da bancada. Após muita conversa, o partido conseguiu reverter dez dos 15 votos.
Veja abaixo o quadro com as taxas de governismo dos partidos de oposição e os deputados que mais se alinham a Bolsonaro, segundo monitoramento feito pela plataforma Radar do Congresso: