Os números que dão fôlego à candidatura de Michelle Bolsonaro ao Planalto
Levantamento do Paraná Pesquisas indica desempenho da ex-primeira-dama melhor que o de outros herdeiros do bolsonarismo
As eleições presidenciais de 2026 ainda estão longe de serem realizadas, mas um nome já desponta no horizonte como potencial rival do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na urnas: o de Michelle Bolsonaro.
Se o primeiro turno do pleito ocorresse hoje, a ex-primeira-dama somaria 33% das intenções de voto, enquanto o petista teria 36,6%, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira, 24, pelo instituto Paraná Pesquisas.
Considerando a margem de erro de 2,2 pontos percentuais, o quadro entre Lula e Michelle é de empate técnico. Neste cenário, petista e ex-primeira-dama contam com larga vantagem sobre os adversários — ambos ficam à frente do ex-governador Ciro Gomes (PDT), com 10,1%, e dos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que teria 3,8%, e do Pará, Helder Barbalho (MDB), que alcançaria 1,4%.
Segundo turno
Em um hipotético segundo turno entre os dois, a disputa seria ainda mais acirrada: segundo o Paraná Pesquisas, Lula teria 42% dos votos, enquanto Michelle levaria 40,1%. A situação também configuraria empate técnico.
Apesar do bom desempenho nas pesquisas, hoje não haveria disposição dela, nem do ex-presidente Jair Bolsonaro, para levar adiante a sua candidatura.Tanto Bolsonaro quanto seus aliados acreditam, ainda, na possibilidade de o ex-presidente reverter na Justiça a sua situação de inelegível.
O cenário mais provável para a ex-primeira-dama é que ela busque uma quase certa vaga ao Senado, provavelmente pelo Distrito Federal, onde tem domicílio eleitoral. Em 2026, estarão em disputa duas vagas de senadores por unidade da federação.
Favoritismo na direita
O desempenho competitivo de Michelle Bolsonaro na pesquisa sugere que, ainda que a Justiça Eleitoral tenha tornado o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível, um nome diretamente ligado a ele ainda teria mais força entre o eleitorado de direita do que outros possíveis herdeiros do bolsonarismo.
Se o governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se candidatasse, por exemplo, ele somaria 25,6% dos votos contra 36,9% de Lula.
Reportagem de capa de VEJA desta semana mostra como governadores e outros líderes da centro-direita vêm se articulando para construir uma alternativa forte a Lula em 2026.
Pesquisa
O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 2.020 eleitores em 160 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal,, entre os dias 27 de abril e 1º de maio de 2024. O grau de confiança do levantamento é de 95%.