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O que levou os Sarney ao mesmo palanque de Flávio Dino no Maranhão

MDB, de Roseana e José Sarney, e o PV, de Adriano Sarney, caminham para apoiar o vice de Dino ao governo do estado na eleição de outubro

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 Maio 2022, 14h49

Rivais nas eleições do Maranhão de 2014 e 2018, o ex-governador Flávio Dino (PSB) e a família Sarney devem subir no mesmo palanque em 2022. Como mostra reportagem de VEJA desta semana, o MDB do ex-presidente José Sarney e da ex-governadora Roseana Sarney e o PV, presidido localmente pelo deputado estadual Adriano Sarney, neto do patriarca e único membro da família com mandato eletivo, caminham para apoiar Carlos Brandão (PSB), ex-vice de Dino que atualmente ocupa o Palácio dos Leões. O ex-governador, que consolidou a decadência do clã no estado, ocupará a vaga ao Senado na chapa e a vice deve ser indicada pelo PT.

Além das raízes políticas de Brandão, que remetem ao “sarneysismo, e do apoio em comum ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), são distintas as razões práticas que aproximam os Sarney de alianças com o candidato de Flávio Dino. No caso de Roseana, ela encarna o plano da família de voltar ao jogo político de Brasília, mais precisamente ao Congresso. Sem cargo político desde que concluiu o quarto mandato no governo do Maranhão, em 2014, e derrotada por Dino em 2018, a ex-governadora preside o MDB estadual e liderava as pesquisas para o governo em 2022, mas decidiu disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados.

A decisão foi tomada sob a estratégia do partido de aumentar bancada na Casa. Suas chances de sucesso são tão grandes na modesta empreitada que aliados esperam dela a maior votação no estado, a ponto de ajudar a eleger de três a quatro deputados federais da sigla com seus votos. Segundo políticos próximos à ex-governadora, o anúncio oficial do apoio a Carlos Brandão está por detalhes. “Estamos com 90% nesse encaminhamento, praticamente fechados”, diz o vice-presidente do MDB no estado, deputado estadual Roberto Costa.

No caso do MDB, ainda colaboraram à aproximação os acenos de Flávio Dino ao partido e ao ex-presidente. Em outubro, Dino buscou apoio de Sarney para ser eleito à cadeira da Academia Maranhense de Letras deixada por seu pai, Sálvio Dino, morto de Covid-19 em 2020. Outros gestos reconhecidos de parte a parte foram a exposição do governador nos canais de comunicação do Grupo Mirante, de Sarney, durante a pandemia, e o apoio aberto de Flávio Dino ao deputado Baleia Rossi, presidente do MDB, na disputa pela Presidência da Câmara em 2021.

Embora tenha flertado com o bolsonarismo no início do governo, o deputado Adriano Sarney preside no estado o PV, integrante da federação nacional com PT e PCdoB que fechou aliança com o PSB na eleição presidencial. Brandão será o palanque do ex-presidente Lula no Maranhão. Filho do ex-ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho, o Zequinha, Adriano buscará a reeleição neste ano e já se queixou publicamente de Dino por excluir aliados das articulações pró-Lula. “Vivemos um novo tempo, de não-agressão, essas questões políticas já acabaram e as pessoas podem conviver nessa nova era, de trabalharmos juntos pelo Maranhão”, diz Adriano, que virou notícia em 2019 ao pedir que se retirasse o sobrenome famoso de sua alcunha política.

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O PV não integrava a base aliada de Flávio Dino, mas se juntou a Carlos Brandão quando ele assumiu o cargo. Embora o apoio a Brandão esteja encaminhado e tanto PT quanto PSB estejam confortáveis com Senado e vice, Adriano faz questão de ressaltar que a federação ainda não decidiu formalmente sua posição sobre estes cargos majoritários. Além disso, o PT maranhense, que tem como nome à vice o ex-secretário Felipe Camarão, se vê dividido entre Brandão, apoiado pela direção estadual, e alas que defendem o senador Weverton Rocha (PDT), voz do anti-sarneísmo na campanha.

Alianças insólitas

A aproximação dos Sarney com o candidato de Flávio Dino e a divisão no PT entre Carlos Brandão e Weverton Rocha estão entre os ingredientes do verdadeiro sururu maranhense no cenário eleitoral do estado. A escolha de Flávio Dino pela candidatura de Brandão rachou de vez a heterogênea base aliada do ex-governador e já vinha em crise desde a eleição municipal de 2020, quando houve teve três candidatos governistas à prefeitura de São Luís. Apesar do cisma, a esquerda tem liderado as pesquisas de intenção de voto ao governo, com Brandão e Rocha à frente, mas Dino não tem sido poupado por se aproximar de antigos rivais. “A escolha pessoal de Flávio Dino, infelizmente, não teve nada a ver com a história do nosso grupo político”, disparou Weverton Rocha em uma de suas críticas.

Preterido na escolha do ex-governador, o candidato do PDT espera abrir seu palanque tanto ao presidenciável de seu partido, Ciro Gomes, quanto a Lula, a quem faz muita questão de se atrelar. Por outro lado, Rocha vai apoiar a reeleição do senador bolsonarista Roberto Rocha (PTB) e tem tratativas com o igualmente bolsonarista Josimar de Maranhãozinho (PL) para que ele abra mão de sua pré-candidatura e lhe declare apoio. A disputa ainda tem o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda (PSD) e o “bolsonarista raiz” Lahesio Bonfim (PSC).

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