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Por José Benedito da Silva
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O que diz o governo Lula sobre igualdade para mulheres nas Forças Armadas

Documento enviado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, pede que o STF rejeite ação da PGR sobre o fim das restrições de gênero no serviço militar

Por Bruno Caniato 22 jan 2024, 12h38

Em meio ao crescente debate sobre a participação feminina em todos os setores da sociedade, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um passo atrás na defesa da igualdade de gênero ao pedir que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeite uma ação que pede o fim de barreiras à entrada de mulheres no Exército Brasileiro.

Como mostrou reportagem de VEJA, as regras que limitam as vagas de mulheres em carreiras militares foram alvo de uma ofensiva da subprocuradora-geral da República, Elizeta Ramos, em outubro do ano passado, quando chefiava interinamente a Procuradoria-Geral da República (PGR). Na ocasião, ela enviou dezessete ações de inconstitucionalidade ao STF contestando as regras que restringem o acesso feminino às fileiras das três Forças Armadas e da Polícia Militar em quatorze estados.

O governo federal, porém, não compartilha a visão da procuradora sobre o tema. Em dezembro, o advogado-geral da União, Jorge Messias, se manifestou contra a derrubada das restrições à presença feminina em funções do Exército, argumentando que há iniciativas já em curso para ampliar este acesso e que o ofício militar possui “peculiaridades” que justificariam a existência de cargos restritos aos homens.

O que diz o governo federal

Em documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação que exige o fim das barreiras às mulheres no Exército, a Advocacia-Geral da União (AGU) afirma que “as exigências da vida castrense [militar] geram dificuldades ao aproveitamento das mulheres em seus quadros, refletindo no cenário de escassez de mulheres combatentes”.

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Ao longo do texto, Messias argumenta que os combatentes devem apresentar “resiliência física, intelectual, moral e emocional para enfrentar as agruras do treinamento” e que o militar deve “estar apto para operar em qualquer região do país, em diferentes biomas (selva, caatinga, montanha, pantanal), por períodos prolongados e em níveis variáveis de enfrentamento”. O documento reforça que a admissão das mulheres no Exército é um processo já em andamento, mas que “depende de recursos orçamentários” e “deve ocorrer de forma segura, criteriosa e paulatina, de forma a resguardar a operacionalidade da Força”.

Além de citar manifestações do Senado, da Casa Civil e do Ministério da Defesa, o parecer da AGU inclui a posição do próprio Lula, de oposição ao processo que corre no STF. Segundo o documento, o presidente da República avalia que “as atividades militares guardariam especificidades em relação às atividades desenvolvidas por servidores civis, ensejando o estabelecimento de requisitos legalmente diferenciados para ingresso de homens e mulheres” e que “seria indispensável a realização de estudos nos quais se colham, comparem, monitorem e avaliem os impactos fisiológicos e motores das tarefas específicas na zona de combate” (veja trecho do documento abaixo).

AGU
Trecho do documento da AGU que cita posição do presidente da República em relação à participação de mulheres nas Forças Armadas (Reprodução/Reprodução)

Réplica da PGR

Em dezembro, ainda à frente da PGR, Elizeta Ramos enviou um novo ofício a Moraes refutando os pedidos da AGU e do Senado para invalidar a ação de inconstitucionalidade. No documento, a procuradora-geral interina reforçou que as discriminações de gênero no Exército são pautadas em uma lei inconstitucional e volta a listar exemplos de restrições às mulheres no meio militar.

“Mulheres não têm acesso a quatro das sete sete linhas militares de ensino disponíveis no curso de formação de oficiais de carreira do Exército, tampouco a cinco das treze qualificações por estarem reservadas unicamente para candidatos do sexo masculino”, afirma a petição da PGR, acrescentando que a lei “continua a dar respaldo legal para que sejam reservados para mulheres quantitativos ínfimos das vagas disponíveis em benefício injustificado de candidatos do sexo masculino.”

De acordo com o STF, a última movimentação na análise deste caso foi registrada em 13 de dezembro do último ano. Para que o processo avance, ainda é preciso que o ministro Alexandre de Moraes publique um relatório e que a ação seja pautada para julgamento virtual ou presencial pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.

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