Potentes e letais: apreensão de ‘drogas K’ quintuplica em São Paulo
Substâncias que simulam a maconha são altamente tóxicas, alertam especialistas
Entre janeiro e agosto deste ano, a Polícia Civil de São Paulo já apreendeu mais de 57 quilos das chamadas “drogas K” — grupo de psicoativos popularmente conhecidos como “maconha sintética”, “K2”, “K9” ou “Spice” —, o equivalente a cinco vezes a quantidade confiscada em todo o ano de 2022. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 22, pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).
Segundo o delegado divisionário Carlos Castiglioni, do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil, em apenas três dias de agosto, o volume de apreensões de drogas K em depósitos conhecidos como “casas bomba” passou de 1 quilo. “Com apenas 1 grama, o usuário já consegue se drogar”, explica.
Apesar de simularem os efeitos alucinógenos da maconha, as drogas K não contêm os mesmos componentes da planta da Cannabis — as substâncias são compostos experimentais produzidos em laboratório e caracterizadas pela altíssima letalidade. “Elas causam uma intoxicação muito mais intensa, com predomínio de taquicardia, convulsões e alucinações”, afirma José Luiz da Costa, coordenador do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Ainda nesta terça-feira, a SSP anunciou que as apreensões de maconha no estado superaram 12 toneladas em julho — três vezes mais do que no mesmo mês de 2022. Também no último mês, foram confiscados 882 quilos de cocaína e 15 quilos de crack.