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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Multas e penhora provocam saia-justa entre Bolsonaro e a gestão Tarcísio

Ex-presidente esperava uma postura diferente do governo paulista em relações a três ações judiciais

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2024, 23h44 - Publicado em 20 jun 2023, 11h06

O ex-presidente Jair Bolsonaro andou reclamando de forma contundente da postura do governo de São Paulo após a Justiça bloquear suas contas bancárias para que ele pague 317.000 reais de multas aplicadas contra ele pela gestão de João Doria. Durante a pandemia, o então mandatário do país esteve diversas vezes no estado e foi autuado pela ausência de máscara. Os débitos chegam hoje a 1 milhão de reais e estão espalhados em diversas ações judiciais movidas pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

Os processos que resultaram na penhora se referem a três desses pedidos feitos pela PGE em 11 de janeiro, poucos dias depois da posse de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que chegou ao Palácio dos Bandeirantes apoiado por Bolsonaro. Embora o ex-presidente não tenha feito nenhum sinal pessoal para que Tarcísio resolvesse a questão, ele esperava que o órgão estatal tivesse uma boa vontade maior em relação ao caso, justamente depois da chegada do novo governante ao poder.

No entendimento de Bolsonaro, os valores das multas são surreais — uma das autuações chegou a 376.000 reais. Quando o bloqueio de suas contas foi autorizado, na semana passada, o ex-presidente esbravejou, mas foi acalmado por pessoas próximas (e com trânsito no Palácio dos Bandeirantes). A ele foi dito que não haveria possibilidade de movimentos internos bruscos para tentar resolver o problema, e o ex-presidente entendeu o recado.

A insatisfação com a situação também atinge Tarcísio. Embora não houvesse — e não haverá — nenhuma tentativa interna de solucionar a questão, o governador também faz coro sobre os altos valores das autuações. Mas ele sabe também que os procuradores têm autonomia para propor as ações e agora entende que a briga de Bolsonaro é na Justiça, não com o governo.

A relação de ambos, portanto, segundo aliados próximos, se mantém como antes, tanto que Bolsonaro dormiu no Palácio dos Bandeirantes há alguns dias, durante uma passagem por São Paulo.

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Nesta segunda, 19, o juiz André Rodrigues Menk, da Vara de Execuções Fiscais Estaduais, determinou uma redução do valor total penhorado para 50 mil reais. O pedido foi feito pela defesa de Bolsonaro, que solicitou também a penhora de um imóvel do ex-presidente no lugar do bloqueio de suas contas. A segunda demanda não foi atendida.

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