O youtuber Wilker Leão de Sá, 26 anos, que chamou Jair Bolsonaro (PL) de “vagabundo” e “tchutchuca do Centrão” e foi agredido pelo presidente da República na frente do Palácio da Alvorada, nesta quinta-feira, 18, disse que se arrepende do primeiro xingamento, mas faria o mesmo em relação ao segundo. “Eu sei que exagerei ao chamar o Bolsonaro de vagabundo, mas eu não me arrependo do “tchutchuca do Centrão”, pois ele se vende para esses políticos e espero que isso vire um meme”, relata o rapaz, que é cabo do Exército reformado e advogado registrado na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal, onde reside desde os cinco anos.
Sobre a agressão da qual foi vítima, após proferir ofensas contra Bolsonaro, Wilker, que ganhou 15 mil seguidores no Instagram e outro tanto no YouTube após o episódio, disse que esperava outra atitude do comandante do país, que pediu aos seus seguranças para reterem seu celular. “Uma das bandeiras que ele tanto preza é a da liberdade, mas, quando ele incita as pessoas a tomarem meu celular, mostra uma total incoerência desse homem”, diz Wilker. “Quando me agrediu e me pegou pela gola, tive certeza de que ele estava mesmo representando aquilo que ele realmente é, um cara sem postura para ser presidente. Na hora eu pensei: ‘sério que ela vai fazer esse absurdo comigo?”
Após essa confusão, Wilker saiu de onde estava, cercado pelos agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que ainda tentaram pegar seu aparelho. “Mas eu falei que estava ao vivo e que eles não poderiam fazer isso. Nesse momento eles pararam e disseram que o presidente falaria comigo, desde que eu não gravasse”, conta.
A conversa, segundo Wilker, foi amistosa (“parecia outra pessoa”) e durou cerca de cinco minutos. “Falei que ele abandonou as bandeiras que sempre defendeu, como porte de armas para cabos e soldados do Exército, juiz de garantia, entre outras. Questionei também por que ele limitou a delação premiada. Tudo isso ficou sem resposta”, disse o homem, que não foi eleitor de Bolsonaro em 2018, pois estava no Exército e não pode votar nos dois turnos. “No primeiro eu iria de João Amoêdo (Novo), mas no segundo eu votaria no Bolsonaro. Agora, anularei nos dois turnos. Nem Lula e nem Bolsonaro têm condições de governar o país”, afirma Wilker, que vai continuar a frequentar a entrada do Palácio do Alvorada e a gravar mais vídeos para os seus canais. “Amanhã mesmo estarei lá questionando os eleitores dele”.