Kassab propõe neutralidade ao PSD na eleição presidencial
Proposta do presidente do partido foi encaminhada em mensagem a parlamentares e dirigentes e será analisada na convenção nacional
Presidente do PSD, o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab propôs nesta quinta-feira, 14, à convenção nacional do partido que a sigla adote neutralidade na corrida presidencial de 2022. A posição, já esperada desde que Kassab desistiu de lançar candidato próprio ao Palácio do Planalto, vem em meio a alianças heterogêneas feitas pelo PSD em estados importantes, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde está em palanques de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Ciro Gomes.
A mensagem de Kassab a “dirigentes, parlamentares, executivos e filiados” do PSD afirma que a proposta de neutralidade vem após uma consulta nacional aos membros do partido.
“A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido. Diante das opções existentes, haveria preferências diversas no partido não apenas quando consideramos o Brasil, mas em instâncias partidárias dentro de Estados e, até, de municípios”, diz o presidente do PSD.
Na mensagem, o ex-ministro ressalta que o partido não desistiu, mas “adiou” a ideia de ter candidato próprio à Presidência. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), se filiou à sigla e teve a candidatura nacional articulada, mas optou por não concorrer. Em seguida, Kassab negociou com o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, mas ele preferiu ficar no PSDB e tentar um novo mandato.
No texto enviado a correligionários, Kassab afirma ainda que sua preferência pessoal será compartilhada “no momento apropriado”.
A neutralidade na eleição presidencial foi precedida por uma liberação dos dirigentes do PSD nos estados a fecharem os acordos que melhor lhes fossem convenientes, conforme as realidades locais. Assim, Gilberto Kassab planeja ampliar as bancadas do partido no Congresso. O número de deputados é a base de cálculo para os valores que cada partido recebe a título de fundo partidário e fundo eleitoral.