Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maquiavel Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Ianomâmis: relatório aponta ‘omissão criminosa’ de ministério de Damares

Levantamento preliminar divulgado pelo atual Ministério dos Direitos Humanos aponta que pasta agiu com negligência na assistência aos indígenas

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jan 2023, 19h38 - Publicado em 30 jan 2023, 19h17

Comandado por Damares Alves, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) do governo Jair Bolsonaro agiu com “omissão criminosa” na preservação de direitos do povo ianomâmi, aponta relatório divulgado nesta segunda-feira, 30.

O levantamento, ainda preliminar, foi feito pelo atual Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e revela violações observadas entre os anos de 2019 e 2022. Entre as conclusões, o estudo mostra que, além de ignorar recomendações internacionais no âmbito da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a pasta teve conduta de descaso frente a processos a ela encaminhados por órgãos como o Ministério Público Federal e a ONU (Organização das Nações Unidas).

O documento, que reúne sete processos administrativos de conhecimento do então ministério chefiado por Damares, foi encaminhado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, para investigação dos fatos. A iniciativa também implicará na eventual responsabilização de agentes que promoveram ações deliberadas contra a dignidade humana na gestão passada, afirma o atual MDHC.

Entre os fatos citados, o relatório aponta que o governo anterior ignorou a morte de um ianomâmi vítima de Covid-19, em abril de 2020, e que, ao invés de apurar as condições sanitárias do povo indígena, reduziu o problema a uma questão que deveria ser resolvida apenas pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e pela Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena).

O documento afirma que, em 2020, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos demonstrava preocupação frente às invasões do Território Indígena Yanomami por garimpeiros, nos estados de Roraima e Amazonas. Em resposta, descreve o levantamento, o ministério apresentou à instância internacional um parecer positivo sobre o Projeto de Lei nº 191/2020, que propunha a legalização do garimpo na região. À época, diz o atual ministério, a antiga pasta pormenorizou denúncias de violações de direitos humanos causadas pelos garimpeiros na comunidade ianomâmi, reduzindo o debate a “oposições políticas”.

Continua após a publicidade

Outro ponto citado é que o antigo MMFDH, diante de uma Ação Civil Pública destinada ao fornecimento de alimentação adequada e saudável aos pacientes em tratamento médico e acompanhamento nutricional aos ianomâmis, preferiu “terceirizar” a responsabilidade a outros órgãos do governo.

Assistência

Pedidos de assistência ao território indígena durante a pandemia também foram negados, com a cooperação do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, diz o relatório divulgado nesta segunda-feira. O documento preliminar também aponta sugestão de veto à obrigação do fornecimento de água e equipamentos básicos aos ianomâmi durante o período de crise sanitária da Covid-19, bem como ausência de planejamento assistencial em favor de crianças e adolescentes indígenas no Plano Nacional de Enfrentamento da Violência contra Crianças e Adolescentes.

“Entre 2019 e 2022, gestores públicos estiveram por cinco vezes no estado de Roraima. Entretanto, em nenhuma dessas missões foram apresentadas tratativas contra o garimpo ilegal, a segurança alimentar do povo indígena que vive naquela região ou qualquer outra ação em defesa dos direitos humanos. Nenhuma visita foi feita ao território Yanomami, mesmo diante de denúncias e recomendações em prol da dignidade humana dos povos originários”, aponta o relatório.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.