Guaíba volta a ficar acima de 4 metros e Porto Alegre improvisa barricadas
Defesa Civil emitiu alerta de 24 horas para risco de rajadas de vento, que podem levar mais água para as ruas da cidade, deslizamentos e descargas elétricas
![Ruas de Porto Alegre voltaram a ficar alagadas nesta sexta-feira, 24](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2024/05/portoalegre.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
A prefeitura de Porto Alegre passou a usar sacos de areia misturados com cimento para improvisar barreiras nas comportas do sistema anticheias que protege a cidade. A medida foi tomada após as chuvas dos últimos dias voltarem a elevar o nível das águas do Lago Guaíba, que ultrapassou novamente a marca de quatro metros na região do Cais Mauá, conforme marcação feita pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) – a cota de inundação é de três metros.
De cinquenta a oitenta sacos de cerca de 800 quilos foram usados nesta sexta para fechar as comportas 3 e 14. Caso o nível do Guaíba continue subindo e volte a refluir para dentro da cidade, o plano é utilizar os sacos para barrar outras aberturas. As comportas haviam sido abertas no domingo, dia 19, após 15 dias fechadas, para facilitar o escoamento das águas do Guaíba que inundaram o centro da cidade.
A última vez que o nível do lago havia atingido o nível de quatro metros foi na terça-feira, 21, e a tendência era de queda até a quinta-feira, 23, quando voltou a chover forte na cidade. Com o sistema de escoamento colapsado também pela grande quantidade de lixo espalhado pelas ruas, a cidade voltou a ficar alagada.
Previsão
Segundo o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que vem monitorando o nível do Guaíba, a chuva que ocorreu de terça a quinta causou nova elevação nos rios Jacuí, baixo Taquari, Sinos e Gravataí, que desaguam no Guaíba. “Os cenários de previsão indicam cheia duradoura, com manutenção dos níveis elevados nos próximos dias. Os níveis do Guaíba devem oscilar em torno da marca dos 4 m. Devem ocorrer elevações dos níveis do Guaíba pelos ventos previstos e manutenção dos patamares dos níveis em função das chuvas que já aconteceram nesta semana e chuvas previstas na próxima semana, prolongando a cheia”, diz o IPH.
De acordo com o Instituto MetSul, os ventos também devem contribuir para o represamento do Guaíba. Com a cheia se prolongando, algumas áreas devem permanecer inundadas em junho.
Rajadas de ventos
Para complicar ainda mais a situação, a Defesa Civil do município emitiu nesta sexta-feira, 24, um alerta preventivo para as próximas 24 horas porque a previsão é de chuva e de rajadas de ventos de até 80 quilômetros por hora — o que pode ajudar a levar mais água para as ruas da capital gaúcha, que voltou a registrar alagamentos em vários bairros.
Segundo o comunicado, há ainda risco de deslizamentos, queda de barreiras, rompimentos de taludes, descargas elétricas e queda de granizo e de árvores.
O órgão orienta a população a se abrigar em local seguro, manter distância de postes, árvores e placas de sinalização, e a evitar circular por ruas alagadas. Aos moradores de áreas de risco, a orientação é, em qualquer sinal de instabilidade, procurar abrigo temporário, na casa de parentes e amigos, ou nas estruturas de acolhimento disponibilizadas pela prefeitura.