Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maquiavel Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Funai diz não dispor de ‘requisitos mínimos’ para proteger Terra Yanomami

Documento protocolado em ação no STF trata sobre invasões de garimpeiros naquela que é a maior reserva indígena do país, entre Roraima e Amazonas

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jun 2022, 17h06 - Publicado em 16 jun 2022, 16h15

Um documento de “informação técnica” da Fundação Nacional do Índio (Funai) apresentado nesta quarta-feira, 15, ao Supremo Tribunal Federal (STF) afirma que o órgão do governo federal “não dispõe de requisitos mínimos” para proteger satisfatoriamente a população da Terra Indígena Yanomami, a maior reserva indígena do país, que se estende por cerca de 10 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas.

Assinada por Geovanio Oitaia Pantoja, coordenador-geral substituto de índios isolados e de recente contato da Funai, a informação diz ter havido nos últimos anos “forte recrudescimento” de invasões de garimpeiros ilegais neste território indígena.

A resposta foi elaborada diante de ordem do ministro Luís Roberto Barroso, relator de uma ação no STF que trata sobre medidas para proteção de populações indígenas diante da pandemia de Covid-19. O documento cita “testemunhos e evidências” a respeito de “diversas formas de violência e aliciamento praticadas por invasores garimpeiros” contra comunidades da Terra Yanomami, classificadas como de recente contato. Entre os ataques estão cooptação, oferta de drogas, armas e bebidas alcoólicas, abuso e exploração sexual.

“Informa-se, contudo, que esta Fundação tem atuado no limite de suas capacidades para o cumprimento de sua missão institucional, a proteção e promoção dos direitos dessa população e o combate efetivo ao lúgubre quadro que se coloca, mas não dispõe de requisitos mínimos necessários para sua consecução satisfatória”, diz o documento assinado por Pantoja.

Segundo a informação, a Coordenadoria de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai atua a partir de quatro Bases de Proteção Etnoambiental (BAPEs) em pontos estratégicos da terra indígena, “na medida de suas capacidades”. As bases são apontadas como “estruturas essenciais” no monitoramento e controle do território. Uma quinta estrutura está em construção, na calha do Rio Uraricoera.

Continua após a publicidade

O coordenador-geral substituto afirma que a invasão garimpeira na Terra Yanomami é um “problema estrutural” desde a redemocratização, “mas tem assistido nos últimos anos a forte recrudescimento, de modo que encontra hoje um paroxismo manifesto na ocupação disseminada da TIY pela malha garimpeira, concentrada em calhas de rios”. A informação cita uma estimativa feita por lideranças indígenas em 2019 de que havia 20.000 invasores no território.

Diante do quadro preocupante, que motivou decisões judiciais determinando a repressão das invasões, o servidor afirma que a Funai tem buscado agir por meio de operações coordenadas pelo Conselho Nacional da Amazônia, a Polícia Federal, o Ministério da Defesa e o Ibama. Ele cita uma “ampla articulação interinstitucional” no Ministério da Justiça para implementar o “Plano Operacional de Atuação Integrada”, que prevê monitorar o território Yanomami.

“Tal plano cumpriu três ciclos de operações durante o ano de 2021, encontra-se em planejamento para uma segunda edição no corrente ano e apresenta alguns resultados, contabilizados em certo número de apreensões, destruição de maquinário e desmantelamento de garimpos ilegais na TIY, além do indiciamento de infratores”, diz o documento.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.