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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Ex-lutador e aliado de Trump: o deputado por trás de acusações a Moraes

Bicampeão nacional de luta livre, Jim Jordam tentou reverter o resultado das eleições nos EUA e apoiou a invasão ao Capitólio

Por Valmar Hupsel Filho Atualizado em 19 abr 2024, 13h39 - Publicado em 19 abr 2024, 13h25

Presidente do Comitê Judiciário da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, colegiado que divulgou nesta semana documentos sigilosos em um relatório que acusa o Judiciário brasileiro, mais precisamente o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, de censura às redes sociais e a opositores do governo Lula, o deputado republicano Jim Jordan é um político experiente, um dos expoentes da extrema direita no país e não necessariamente um apoiador da democracia quando cenário lhe é desfavorável.

Aliado do ex-presidente Donald Trump, atuou fortemente para reverter o resultado da eleição de 2020, que deu vitória a Joe Biden, e apoiou a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro do ano seguinte.

James Daniel Jordan tornou-se conhecido por meio da luta livre, esporte do qual foi bicampeão nacional. Aos 60 anos, está em seu nono mandato na Câmara de Representantes dos Estados Unidos. É representante do estado de Ohio, de maioria republicana. No parlamento, ajudou a fundar o House Freedom Caucus, bloco de parlamentares de extrema direita do qual foi seu primeiro presidente, entre os anos de 2015 e 2017.

Jordan tem histórico de atuação alinhada a Trump. Em 2016, atuou fortemente para desacreditar as investigações que apontavam suposta interferência russa na votação que elegeu o então empresário, e organizou uma manifestação para evitar uma audiência durante a tramitação do  inquérito sobre o impeachment de Trump.

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Em 2017, no entanto, bateu de frente com Trump ao negar apoio a um projeto de lei proposto pelo governo americano para reformular o Obamacare, programa de autoria do ex-presidente Barack Obama para fornecer assistência à saúde para os mais pobres. Jordan defendia uma medida mais radical: o fim do benefício.

Resultado das eleições

Logo após o resultado da eleição de 2020, Jordan acusou o Partido Democrata de  “roubar as eleições” com o argumento de que os votos a partir de cédulas enviadas pelos eleitores da Pensilvânia foram fraudados. A vitória de Biden no estado americano foi determinante para a eleição do democrata. Ele apoiou as ações judiciais que contestaram os resultados e votou pela não certificação dos resultados do Colégio Eleitoral.

O deputado aparece no relatório final da investigação sobre a invasão ao Capitólio no dia da diplomação de Biden, quando centenas de pessoas forçaram a entrada e depredaram a sede do Congresso americano, resultando em seis mortes. O episódio é semelhante ao que aconteceu no Brasil em 8 de janeiro de 2023, quando milhares de pessoas invadiram e causaram destruição às sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, em Brasília, num ato classificado pelo STF como tentativa de golpe de estado e de abolição violenta do estado democrático de direito.

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Segundo o relatório, Jordan foi um “ator significativo” nas articulações para reverter o resultado da eleição. O inquérito aponta que, quatro dias antes da invasão ao Capitólio, o deputado coordenou uma teleconferência entre Trump e políticos de extrema direita para “discutir estratégias” para postergar a diplomação de Biden. No dia 5, véspera dos atos de vandalismo, Jordan afirmou nas redes sociais que as eleições haviam sido fraudadas. O deputado, entretanto, não foi indiciado. No Congresso, Jordan também atuou para proteger Trump de intimações para depor sobre seu envolvimento na invasão ao Capitólio.

Apoio de Trump

Em outubro de 2023, Jordan foi candidato apoiado por Trump para a presidência da Câmara dos Representantes. Não arregimentou apoio além da ala mais radicalizada do Congresso. Elegeu-se no mesmo ano presidente do Comitê Judiciário, cadeira em que tem imposto reveses ao presidente americano, como a abertura do processo de impeachment aprovado em dezembro.

Na quarta-feira, passada, 17, o comitê divulgou relatório em que afirma que determinações de remoção de conteúdo e suspensão de contas pelo STF e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não tinham fundamentações jurídicas. No mesmo dia, o deputado pediu ao Departamento de Estado americano todos os documentos e comunicados entre o órgão e o governo do Brasil sobre ordens, demandas ou mandados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do STF sobre o bloqueio ou banimento de perfis do X (ex-Twitter) ou em outras plataformas.

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