O feitiço, às vezes, pode virar contra o feiticeiro. O movimento Escola Sem Partido, que idealizou um projeto de lei homônimo e pretende combater a “doutrinação” de esquerda nas escolas brasileiras, utilizou uma rede social na noite desta segunda-feira, 25, para criticar o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, um apoiador da causa divulgada pelo grupo.
Mais cedo, veio à público uma carta de Vélez às instituições públicas e privadas de ensino em que recomenda que o hino nacional seja executado e que as escolas gravem a reprodução da música. Até aí, tudo bem para o Escola Sem Partido. O problema está no fato de que o ministro teria encaminhado uma carta a ser lida para os alunos, em que “saúda o Brasil dos novos tempos” e repete o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
O movimento, liderado pelo advogado Miguel Nagib, chega a comparar o documento com a estrela vermelha do PT reproduzida nos jardins do Palácio da Alvorada após a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Em princípio, nada demais na recomendação de cantar o hino e filmar os alunos. Mas a carta com o convite para ‘saudar o Brasil dos novos tempos’ e o slogan da campanha eleitoral lembra o canteiro de sálvias em forma de estrela no Jardim do Alvorada em 2002”.
https://twitter.com/escolasempartid/status/1100190952512208896