Nas últimas semanas, o ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) acelerou articulações em torno de três objetivos que consolidariam seu favoritismo na disputa estadual: fechar com o DEM, tirar o PP da chapa de Márcio França (PSB) e conseguir fazer com que o segundo colocado, o presidente licenciado da Fiesp Paulo Skaf (MDB), desista da disputa e seja candidato ao Senado pela sua chapa.
As duas primeiras já foram. O DEM anunciou a aliança na semana passada e o PP deve levantar os braços com o tucano em um ato nesta sexta-feira. Agora, Doria falou sobre o terceiro: questionado em uma entrevista para o programa É Notícia, da RedeTV!, que vai ao ar na próxima segunda, o tucano admitiu publicamente ter convidado o emedebista para fazer parte de sua coligação.
“Tem nosso desejo, tem um convite, ele sabe disso. Mas eu reconheço a plenitude do direito que ele tem de manter sua pré-candidatura. E também essa é uma decisão que até 30 de julho estará clarificada de um lado ou de outro, mantendo a candidatura ou somando dentro desta coligação”, disse o ex-prefeito.
O tucano, no entanto, admitiu que a definição estará diretamente associada ao pleito presidencial. A pré-candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles à Presidência sofre ataques no MDB e pode não vingar. Se isso acontecer, a chance de o partido do presidente Michel Temer ter candidato ao governo também cai. “Na outra alternativa, se o MDB não tiver candidato à Presidência da República, talvez isso facilite a formação de uma grande frente em São Paulo, onde o Paulo seria muito bem recebido para disputar o Senado.”