Dirigentes faturam prestando serviço para seus partidos
Tesoureiros, presidentes e secretários das legendas são contratados para prestar serviços às siglas
Os partidos políticos brasileiros pagam gordos salários a seus dirigentes por meio da contratação desses caciques para prestação de serviços às legendas. Levantamento feito por VEJA em dados dos Sistema de Prestação de Contas Anual (SPCA) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base nas despesas das legendas em 2021, identificou os maiores pagamentos dessa natureza. A análise mostrou ainda que os partidos gastam recursos do fundo partidário com artigos de luxo para seus dirigentes, como aluguel de mansões, fretamento de jatinhos, compra de carrões e até para pagar advogados que os defendem de processos criminais, o que até 2019 era proibido.
Ao todo, os partidos declararam repasses de cerca de 15 milhões de reais para a prestação de serviços feitos por pessoas físicas ao longo do ano. No topo desse ranking, está o tesoureiro do DEM, Romero Azevedo, para quem foram pagos 439 336 reais no ano passado. Na vice-liderança, vem o presidente do PTB, Roberto Jefferson. Vale destacar que Jefferson foi preso em agosto do ano passado, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que apura ataques ao órgão. Mesmo assim, ele continuou recebendo pagamentos mensais, segundo as informações do TSE. Ao todo, ele ganhou 278.589 reais.
O PTB também pagou 261.767 de reais para o secretário de finanças da legenda, Luiz Rondon Teixeira de Magalhães Filho, que ficou na terceira colocação. Ele foi seguido pelo secretário de Planejamento do mesmo partido, Mauro Rogério Pessanha, com 205 mil.
Por fim, fechando o top 5, estão os 205 mil reais pagos a Antonio Carlos Bosco Massarollo, presidente do nanico PMN. Os pagamentos feitos à ele por meio de contratações de terceiros equivalem a pouco mais de um quarto dos 725 mil reais que o partido recebeu de fundo partidário em 2021.