Dino autoriza uso da Força Nacional contra o tráfico na fronteira do MS
Região da fronteira com Paraguai e Bolívia é uma das principais rotas de passagem de drogas
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, autorizou o envio da Força Nacional de Segurança Pública ao Mato Grosso do Sul para apoiar a Polícia Federal no combate ao tráfico de drogas e armas na fronteira com o Paraguai e a Bolívia. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 12.
A Força Nacional vai atuar na região “em caráter episódico e planejado” até o dia 3 de maio, em conjunto com as autoridades de segurança pública do estado, conforme a portaria assinada pelo ministro.
A região da fronteira no Mato Grosso do Sul é uma das principais portas de entrada de drogas no Brasil. A área é estratégica para facções criminosas como o PCC, já que a Bolívia é um grande produtor de cocaína, e o Paraguai, de maconha.
Na última terça-feira, 9, a Polícia Federal deflagrou a Operação Rota 163, com o objetivo de desarticular grupo ligado ao tráfico internacional de drogas que atuava nas proximidades da fronteira com o Paraguai, especialmente nas cidades de Ponta Porã e Campo Grande.
Segundo os investigadores, uma rede de transportadores, fornecedores e compradores era utilizada pelo grupo para distribuir as drogas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, além de um mandado de prisão e sequestro de bens e valores dos investigados.
É a segunda vez que o Ministério da Justiça envia a Força Nacional ao estado em menos de um ano. Em junho de 2023, Dino determinou que os agentes atuassem em operações conjuntas com a Polícia Federal nos territórios indígenas e regiões de fronteira com o Paraguai.
Plano contra o crime organizado
Em dezembro do ano passado, o Ministério da Justiça anunciou o lançamento do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc). O projeto ainda não foi detalhado, mas a expectativa é que ele seja implementado em etapas até 2026 e custe um total de 900 milhões de reais.
Dino deixa a pasta para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal em fevereiro. Ele será substituído por Ricardo Lewandowski, ministro aposentado da Corte.