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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Como a rivalidade política entre Doria e Bolsonaro atingiu o futebol

Enquanto presidente defendeu o retorno do Campeonato Carioca em abril, governador de SP autorizou que clubes paulistas voltassem a treinar apenas em julho

Por André Siqueira Atualizado em 8 jul 2020, 12h18 - Publicado em 8 jul 2020, 11h44

A rivalidade entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente Jair Bolsonaro, antes restrita ao campo político, parece agora ter sido levada para os campos de futebol. Em meio à pandemia do novo coronavírus, os governantes travam uma queda de braço sobre a volta do esporte no país.

Chefe do governo federal, Bolsonaro é um defensor ferrenho do retorno do futebol e chegou a sugerir, no fim de abril, que a final do Campeonato Carioca, que teve seu retorno autorizado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), fosse disputada no estádio nacional Mané Garrincha, em Brasília, no Distrito Federal, governado pelo emedebista Ibaneis Rocha (MDB). Crivella e Ibaneis são dois aliados políticos do presidente da República.

Ainda em abril, em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, Bolsonaro afirmou que os jogadores têm risco pequeno de morrer, caso sejam infectados com o novo coronavírus, por conta da boa condição física dos atletas. O presidente também disse que a volta do futebol era necessária porque a crise econômica estava batendo na porta dos clubes.

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Doria, por sua vez, tem adotado uma postura mais conservadora, a contragosto dos clubes paulistas, que só voltaram a treinar no início de julho. Clubes do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, por exemplo, estão treinando desde maio – a divergência no calendário de treinamento, inclusive, é um dos argumentos utilizados pelos técnicos das equipes de São Paulo para dizer que o retorno imediato do Campeonato Brasileiro seria injusto.

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Na segunda-feira 6, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo afirmou que os times do estado só poderão disputar as Séries A e B do Campeonato Brasileiro após o término do Estadual – são cinco clubes de São Paulo na primeira divisão do futebol nacional e quatro na segunda.

“Se não me engano, faltam três rodadas para concluir o campeonato. Sem concluir, os times de São Paulo não podem participar do Campeonato Brasileiro. Estamos levando em conta também isso, os aspectos de saúde e o protocolo que assinamos com a Federação Paulista de Futebol, e esta, por sua vez, com todas as equipes da primeira divisão”, afirmou Doria.

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Para a conclusão do Paulistão de 2020, porém, seriam necessárias ao menos seis datas: duas para encerrar a fase de grupos e outras quatro para o mata-mata. O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, disse em entrevista a VEJA que não trabalhava com a possibilidade de “encavalar” as duas competições, o Estadual e o Brasileiro. A FPF trabalharia nos bastidores para o adiamento do início do campeonato nacional.

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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entidade máxima do esporte, prontamente publicou uma nota em seu site rebatendo indiretamente a fala de Doria, reforçando que os mesmos nove times paulistas se comprometeram com a confederação em iniciar a disputa nacional no fim de semana dos dias 8 e 9 de agosto.

O imbróglio, no entanto, pode estar chegando ao fim. Na terça-feira 7, a FPF pediu ao governo paulista o retorno do Paulista para o dia 22 de julho. A confirmação data depende da aprovação de Doria e dos órgãos estaduais de saúde e pode ser anunciada na coletiva desta quarta-feira, 8.

Apesar da movimentação e da boa vontade de governantes e de cartolas, o retorno do futebol, embora já aconteça no Rio de Janeiro, por exemplo, está envolto de incertezas. Além da necessidade de se encaixar diversas datas para a realização das competições, CBF, dirigentes e políticos terão de lidar com o fato de alguns atletas e membros das comissões técnicas estarem sendo afastados de suas atividades em razão da contaminação pelo coronavírus. Tudo isto no momento em que o país já ultrapassou a marca de 65.000 mortes por Covid-19.

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