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Com Appio afastado, juíza que condenou Lula por sítio assume Lava-Jato

Juíza substituta, Gabriela Hardt havia pedido remoção da vara que cuida dos processos da operação no Paraná

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 Maio 2023, 11h57 - Publicado em 23 Maio 2023, 11h05

Depois da decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) de afastar cautelarmente do cargo de titular da 13ª Vara Federal de Curitiba o juiz federal Eduardo Appio, tomada nesta segunda-feira, 22, a juíza federal substituta Gabriela Hardt já assumiu o posto e passa a ser a responsável, provisoriamente, pelos processos da Operação Lava-Jato no Paraná.

Como mostrou VEJA nesta segunda, antes da decisão da Corregedoria do TRF4 sobre Appio, Gabriela pretende deixar em breve a vara da Lava-Jato em Curitiba. Em um edital aberto pelo tribunal regional para remoção de juízes substitutos, ela manifestou interesse em vagas para o cargo em outras 35 varas, distribuídas entre Itajaí (SC), Florianópolis e Curitiba. Fontes do TRF4 dizem que o destino dela seria a capital catarinense, onde há uma vaga aberta entre as 28 consideradas no edital.

Afastado pelo TRF4 por supostamente ter feito uma ligação ao advogado João Eduardo Malucelli, filho do desembargador federal Marcelo Malucelli, passando-se por outra pessoa, Eduardo Appio é um crítico dos métodos do ex-juiz federal Sergio Moro, hoje senador pelo Paraná, filiado ao União Brasil. Já Gabriela Hardt é conhecida pelo alinhamento à atuação de Moro. João Eduardo é sócio do senador e da mulher dele, a deputada Rosângela Moro (União-SP), em um escritório de advocacia em Curitiba, além de genro do casal.

A juíza substituta foi a responsável por condenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e 11 meses de prisão no caso da Lava-Jato que envolvia o suposto pagamento de propina ao petista por meio de obras em um sítio em Atibaia (SP). Revelada por VEJA em abril de 2015, a propriedade no interior paulista recebeu reformas das empreiteiras Odebrecht e OAS a um custo de 1 milhão de reais, segundo a denúncia do Ministério Público Federal.

A sentença de Gabriela contra Lula, que depois acabou anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), assim como outros casos contra o petista na Lava-Jato do Paraná, foi alvo de polêmica pelo fato de a juíza substituta ter se valido de um “copia e cola” da sentença assinada por Moro no caso do tríplex do Guarujá. Em trechos do documento, Gabriela Hardt chegou a trocar “sítio” por “apartamento”. A magistrada substituta admitiu ter usado a sentença de Moro como “modelo”.

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