Chico Buarque liga para presidente do Senado durante ato de Caetano
Rodrigo Pacheco (PSD-MG) recebeu telefonema do cantor, que pediu que ele barre projetos de lei que afetam o meio ambiente
A pressão para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), barre a tramitação de projetos de lei que afetam o meio ambiente, a Amazônia e os indígenas ganhou um reforço nesta quarta-feira, 9, quando o cantor Chico Buarque ligou de surpresa para o parlamentar — que também é pré-candidato à Presidência da República.
O telefonema aconteceu durante o Ato pela Terra, movimento liderado por Caetano Veloso que reúne dezenas de artistas em Brasília nesta tarde. Chico Buarque, de quem Pacheco é fã, disse que não pôde estar na capital federal por ter passado por uma cirurgia recentemente, mas manifestou “repúdio pelas leis que atendem aos interesses do agronegócio em detrimento do meio ambiente e da saúde da população”.
O movimento dos artistas é contrário à aprovação de projetos de lei, a maioria deles já apreciada pela Câmara e agora em análise no Senado, que tratam de licenciamento ambiental, grilagem, agrotóxicos e questões indígenas – como o marco temporal para a demarcação de terras e a liberação do garimpo nessas áreas. Os artistas e movimentos sociais pedem que o Congresso só aprove projetos que estiverem em conformidade com a ciência, após amplo diálogo com a sociedade e levando em consideração a emergência climática.
Também discursaram no Senado, além de Caetano, os cantores Daniela Mercury e Nando Reis.
Na saída do evento, Pacheco falou em entrevista a jornalistas que o país precisa ter a inteligência para “potencializar as reservas para a produção de fertilizantes, de preferência sem atentar contra florestas e áreas indígenas” e “encontrar caminhos para não sermos dependentes de outras nações, embora as relações comerciais existam”.
“O importante é compatibilizar a necessidade do desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. O meio ambiente se tornou uma preocupação mundial. E esse movimento dos artistas de hoje é absolutamente legítimo, é importante que ele exista para o nosso aperfeiçoamento, e obviamente vamos levar em consideração tudo que foi dito”, acrescentou o senador.