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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Bolsonarista que matou petista no PR já tem data para ir a júri popular

Ex-policial penal está preso por acusação de homicídio com motivação política; crime ocorreu em 2022 em Foz do Iguaçu (PR)

Por Bruno Caniato 2 abr 2024, 10h22

Na próxima quinta-feira, 4, às 8h, começa o julgamento do policial bolsonarista que matou um guarda municipal petista a tiros em Foz do Iguaçu, no Paraná, em 2022. O autor do assassinato, Jorge José Guaranho, será julgado pelo Tribunal do Júri de Foz do Iguaçu pela acusação de homicídio duplamente qualificado com motivação política — a vítima, Marcelo Arruda, atuava como tesoureiro do PT no diretório municipal e celebrava uma festa de aniversário com tema do partido.

Preso desde 2022, Guaranho foi demitido no último mês de março do cargo que ocupava de policial penal na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. A demissão veio do próprio ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, após um processo administrativo que condenou o ex-agente por improbidade administrativa, incontinência pública e uso de recurso público em atividade particular, já que a arma utilizada no crime era de propriedade do Estado.

Para os representantes da família de Arruda, o assassinato tem elementos claros de ódio e violência política e o júri popular precisa tomar uma decisão que sirva como exemplo. “Foi um homicídio cometido a sangue frio e o julgamento terá caráter sancionador da responsabilização do acusado, com consequências de natureza pedagógica para toda a sociedade”, afirma o advogado Daniel Godoy Junior.

Relembre o caso

Marcelo Arruda foi morto a tiros em 9 de julho de 2022 durante a comemoração de seu aniversário de 50 anos, realizada em espaço reservado na Associação Esportiva Saúde Física Itaipu. O guarda municipal era um dos dirigentes do PT em Foz do Iguaçu e decidiu celebrar a festa com amigos e familiares em homenagem à campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o Ministério Público do Paraná, José Guaranho estava em um churrasco quando soube da festa temática. Acompanhado da mulher e do filho, um bebê de colo, ele dirigiu até o local, estacionou em frente ao clube deixando no som do carro uma música de campanha de Jair Bolsonaro e começou a gritar — neste momento, Arruda deixou o salão, discutiu com Guaranho e atirou um punhado de terra contra o veículo. O agente penal mostrou que estava armado, ameaçou o guarda e declarou que voltaria depois para matá-lo.

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Cerca de uma hora mais tarde, Guaranho retornou ao local. Imagens das câmeras de segurança mostram que ele sacou um revólver na porta do salão e começou a disparar, atingindo Arruda no peito — enquanto os presentes fugiam, Arruda puxou sua própria arma e atirou treze vezes contra Guaranho, com quatro projéteis atingindo o policial. Enquanto Arruda estava no chão e buscava abrigo atrás de uma mesa, Guaranho se aproximou e disparou à queima-roupa, matando a vítima.

Adiamento do processo

O julgamento, inicialmente previsto para o último dia 7 de dezembro, foi adiado a pedido da defesa de Guaranho. Os advogados argumentaram que não tiveram acesso prévio a um laudo pericial do celular de Claudinei Esquarcini, então responsável por controlar o acesso às câmeras de segurança do clube. Os registros de quem conseguiu assistir às imagens, porém, foram apagados dois dias após o assassinato.

Em 17 de julho de 2022, oito dias após a morte de Marcelo Arruda, Esquarcini foi encontrado morto no município de Medianeira, a cerca de 60 quilômetros de Foz do Iguaçu. Segundo a polícia, ele tirou a própria vida ao se jogar do alto de um viaduto. Não há, até o momento, indícios claros de relação entre a morte de Esquarcini e o homicídio praticado por Guaranho.

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