Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) desistiu da ação no Supremo Tribunal Federal (STF) em que tentava reaver o acesso a suas contas nas redes sociais, como mostrou VEJA na terça-feira 26. Os perfis dele no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube estão suspensos desde agosto de 2021 pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito de um inquérito que investiga ataques às instituições e à democracia pelo deputado e outras nove pessoas.
O pedido de desistência foi apresentado pela defesa do deputado nesta quinta-feira, 28, sem explicar o motivo. A medida vem um dia depois de o mandado de segurança protocolado pelo advogado do parlamentar ser distribuído à análise do ministro Luís Roberto Barroso. A ação foi distribuída a Barroso porque o ministro já havia sido o responsável por um habeas corpus apresentado por outros investigados no mesmo inquérito.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro, que o nomeou vice-líder do governo em abril, Otoni de Paula tem histórico de críticas a Luís Roberto Barroso e já defendeu o impeachment dele, assim como o de Moraes. Os ministros são dois dos alvos mais frequentes do bolsonarismo na Corte.
Na petição apresentada ao STF na terça-feira 26, a defesa do parlamentar apontava “teratologias, ilegalidades e abusos patentes” nas decisões de Alexandre de Moraes de suspender e manter fechados seus perfis. Também classificava a ordem como “medida de extrema gravidade que inviabilizou por completo o funcionamento da atividade parlamentar efetivamente praticada pelo Impetrante”.