Bolsonarismo e petistas travam embate na internet em torno de Michelle
Aliados reagem a sindicalista que pregou 'destruir' a ex-primeira-dama; em PE, petista faz BO por ameaça após ter pedido a prisão do casal Bolsonaro
O nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi envolvido em algumas polêmicas por causa de críticas de militantes de esquerda nas redes sociais nos últimos dias. Os episódios a colocaram entre os assuntos mais comentados nas redes sociais e fortaleceram a presença do nome da esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no debate público — ainda que de pouca profundidade.
A bola da vez é a sindicalista Elenira Vilela. Ela participou de uma live ao lado do ex-presidente do PT José Genoíno, momento no qual criticou a ex-primeira-dama. “Se a gente não encontrar uma forma de destruir ela politicamente, e quiçá de outras formas — jurídica, por exemplo, comprovando os crimes e tornando ela também inelegível –. nós vamos arrumar problemas para a cabeça”, disse.
O vídeo é de dezembro, mas começou a circular nas redes sociais nesta sexta-feira, 12. Vilela dizia que a ex-primeira-dama é uma das apostas da direita para herdar o espólio do bolsonarismo depois de o ex-presidente ter sido declarado inelegível duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Ela (Michelle) é muito inteligente, ela tem uma capacidade de comunicação zilhões de vezes melhor que Bolsonaro, ela é treinada nas igrejas evangélicas. (…) Como ela é uma mulher que se propõe a defender a misoginia como tática, isso (o fato de ser mulher) vai deixar de ser um problema. Para o projeto deles e o que eles precisam, ela é uma carta-chave”, afirmou a sindicalista durante a live, intitulada “A direita está mais fraca ou mais forte?”.
ELENIRA VILELA esse é o nome da militante de esquerda. Compartilhe esse vídeo! pic.twitter.com/AnBp8uA3oC
— Amália Barros (@amaliabarros) January 12, 2024
O trecho do vídeo em que Vilela fala sobre “destruir” Michelle Bolsonaro provocou um levante de parlamentares e políticos de direita que saíram em defesa de Michelle. A deputada federal Amália Barros (PL-MT) pediu aos seus correligionários que espalhassem um vídeo que afirma que a esquerda estaria “ameaçando” a ex-primeira-dama. Carla Zambelli (PL-SP), isolada do núcleo duro do bolsonarismo, prestou solidariedade. “Grande mulher que melhorou a vida de milhões de brasileiros como primeira-dama”, disse a deputada.
Em março passado, Michelle assumiu a presidência do PL Mulher e tem cumprido agendas em todo o país angariando novas filiações para a sigla. Com forte influência no segmento evangélico, um dos espaços onde a esquerda mais sofre resistência, a ex-primeira-dama é um nome forte hoje na direita, e a sigla avalia a viabilidade do nome dela para candidaturas no Legislativo federal. Embora cotada para assumir o posto de Bolsonaro como presidenciável, que está impedido de concorrer, ela não tem o aval do marido.
Caso de polícia
Outro episódio da semana passada se tornou caso de polícia. Karina Santos, uma recifense militante do PT, publicou nas suas redes sociais uma montagem em que Michelle e o ex-presidente Bolsonaro aparecem algemados e presos, com a legenda “que tudo se realize no ano que vai nascer”. A ex-primeira-dama publicou a montagem e o perfil da mulher. “Como uma boa comunista caviar, ama um dinheirinho…”, disse Michelle.
O gesto deu origem a uma onda de ataques contra a recifense, que disse ter sofrido ameaças de morte. Ela registrou um boletim de ocorrência e a Polícia Civil de Pernambuco está investigando o caso.