Candidatos prometem emprego, mas brasileiro quer ganhar mais como autônomo
Levantamento do instituto Datafolha mostra que mais pessoas abririam mão de benefícios trabalhistas em troca de salários maiores e menos impostos
Além das intenções de voto na disputa para a Presidência da República, o instituto Datafolha também questionou os brasileiros sobre qual é a prioridade quando o assunto é a retomada do emprego e o mercado de trabalho. Eles foram questionados se preferem ser autônomos com mais salário ou registrados com mais direitos.
Para 50% dos entrevistados, é melhor ganhar mais e pagar menos impostos na informalidade do que obter um registro formal pela CLT, opção de 43%. Outros 7% não souberam responder.
O resultado do levantamento, divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira 20, indica uma tendência contrária àquela que está na boca de alguns dos principais presidenciáveis, que é a de incentivar a criação de empregos formais. Henrique Meirelles, do MDB, já se comprometeu a criar 10 milhões de vagas em seus quatro anos de governo.
Ciro Gomes (PDT) diz que, com investimentos estatais em um possível governo, seriam 2 milhões de empregos apenas em 2019. O pedetista também defende proibir e punir a “pejotização”, a contratação de trabalhadores por meio de contratos de pessoa jurídica com empresas.
O instituto também mediu a porcentagem dos eleitores de cada candidato que fariam uma ou outra opção. Entre os que pretendem votar em Jair Bolsonaro (PSL), que já defendeu “menos direitos” para mais empregos, está a maior vantagem para o meio de trabalho como autônomo (60% a 35%). De outro lado, são justamente os eleitores de Ciro aqueles que mais valorizam os contratos com a garantia de direitos trabalhistas (51% a 42%).
Os objetivos do eleitor de cada candidato, segundo o Datafolha
Jair Bolsonaro (PSL)
Autônomos com mais salário: 60%
Registrados com mais direitos: 35%
Fernando Haddad (PT)
Autônomos com mais salário: 45%
Registrados com mais direitos: 49%
Ciro Gomes (PDT)
Autônomos com mais salário: 42%
Registrados com mais direitos: 51%
Geraldo Alckmin (PSDB)
Autônomos com mais salário: 46%
Registrados com mais direitos: 48%
Marina Silva (Rede)
Autônomos com mais salário: 45%
Registrados com mais direitos: 47%