A reação de Lula após as manifestações de rua e o novo dilema petista
Ex-presidente estava pouco otimista em relação aos protestos que tomaram o país; partido debate próximos passos
A pessoas próximas, Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou positivamente surpreso com o tamanho dos protestos contra Jair Bolsonaro que ocorreram em diversas capitais do país no sábado, 29. Agora, porém, o PT não sabe se acelera para articular novas passeatas ou se coloca o pé no freio para evitar acusações de desrespeito às regras sanitárias. O mais provável é que opte pela segunda opção.
Até o final da semana passada, Lula se mostrava pouco entusiasmado com a possibilidade de o povo encher as ruas. O resultado em São Paulo, com a Avenida Paulista repleta de gente, entretanto, chamou a atenção do ex-presidente, sobretudo porque há a avaliação de que uma quantidade relevante de brasileiros deixou de ir exclusivamente por medo da pandemia.
O PT agora debate os próximos passos. Não há consenso sobre o que fazer. Uma ala defende que o partido deve surfar a onda iniciada no sábado e, nos bastidores, articular novos protestos. O que parece ser a maioria da legenda, no entanto, acredita que a cota de manifestações se esgotou no fim de semana. Essa turma argumenta que outros protestos anti-governo podem incitar o bolsonarismo a acusar a oposição de demagogia, de rasgar o discurso de defesa de medidas sanitárias quando se tem oportunidade de apedrejar a imagem do presidente.