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Maílson da Nóbrega Por Coluna Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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O que nos espera um fracasso da reforma da Previdência

Eventual rejeição da proposta trará de volta a inflação alta e sem controle, com severas implicações sociais, econômicas e políticas

Por Maílson da Nóbrega 26 fev 2019, 13h01
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  • É generalizada, entre especialistas, a percepção de que a reforma da Previdência será aprovada com mínima desidratação. Além da excelente qualidade da proposta, quase tudo é favorável ao seu acolhimento. Aposta-se que há entre 70% e 80% de chances de aprovação, gerando uma economia da ordem de 800 bilhões de reais (1,1 trilhão de reais no projeto original).

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    Não se pode desprezar, todavia, os riscos. Ainda existe muita desinformação sobre o assunto, particularmente sobre pontos críticos como a fixação de idades mínimas de aposentadoria, período mínimo de contribuição e transição para a plena vigência das novas normas. A esta altura, conhecido e influente colunista ainda confunde expectativa de vida com sobrevida, que são conceitos distintos.

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    A oposição não tem poder de veto, pois precisaria reunir ao menos 205 votos na Câmara (dois quintos do total). Os partidos contrários à proposta (PT, PSB, Psol, PCdoB e Rede) contam com 134 votos. O problema está em obter o apoio dos partidos supostamente alinhados com o governo. Muitos deles podem influenciar-se por grupos de interesse formados por poderosas corporações do serviço público: professores, juízes, procuradores e defensores públicos, que pagarão o preço relativamente maior da redução de seus privilégios. Estudos mostram que as corporações poderão arregimentar até 200 parlamentares, inviabilizando a aprovação do projeto.

    Esse cenário fica ainda mais preocupante quando se sabe que o governo ainda não construiu uma coalização partidária, estável e majoritária. Não dará certo a estratégia de negociar com frentes parlamentares, como temos assinalado neste espaço.

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    Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira, 26, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, indica os riscos de um fracasso na reforma. “Se essa reforma não passa, é natural que o país entre em recessão. Não tem o que fazer. Os nossos dados apontam que, no segundo semestre de 2020, sem a reforma, nós já estaremos em recessão”, assinalou.

    O secretário poderia ter dito que o fracasso trará de volta a inflação alta e sem controle, com severas implicações sociais, econômicas e políticas. Desperdiçaríamos mais uma chance de ajustar o setor público, o que poderia ser catastrófico. Isso implicará, além da recessão e da inflação, uma provável destruição, por muitos anos, do potencial de crescimento da economia e de geração de emprego, renda e bem-estar.

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    A aprovação da reforma se associaria a um ambiente favorável a mudanças estruturais e à expansão da economia, via aumento de produtividade. Isso inclui investimentos em infraestrutura de transportes e oportunidades em áreas estratégicas como as do agronegócio, energia e digitalização das empresas. Não é pequeno o rol do que o país perderá com eventual fracasso da reforma da Previdência.

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