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Maílson da Nóbrega Por Coluna Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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Como a economia cresce

A inovação e a difusão de conhecimento são o âmago do processo

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 1 out 2021, 18h55 - Publicado em 26 set 2021, 08h00
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  • No século XVI, dizia-se que a prosperidade dependia da intervenção do Estado e das forças do mercado. O nome da ideia era “mercantilismo”. Pensava-se que a riqueza viria da acumulação de ouro e prata. Nações que não tivessem acesso a minas deviam exportar mais do que importar, pois o saldo era pago naqueles metais.

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    Já os fisiocratas, economistas franceses do século XVIII, acreditavam que a riqueza vinha da agricultura. O governo não deveria intervir na economia. Os preços seriam ditados pelo mercado. A natureza promoveria a produtividade. Era a primeira teoria econômica de base científica.

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    Em A Riqueza das Nações (1776), Adam Smith refutou o mercantilismo e a fisiocracia. Para ele, a prosperidade decorria de um sistema de plena liberdade. Uma “mão invisível” guiaria a atividade econômica em uma sociedade dotada de boas instituições. A produtividade adviria da divisão do trabalho, uma consequência natural da propensão ao comércio.

    No século XX, nova evolução mostrou que o crescimento dependia da combinação de mão de obra, investimento e produtividade — decorrência da forma como se organiza o processo produtivo —, e da tecnologia. O economista John Maynard Keynes realçou o papel da política fiscal nas recessões e depressões.

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    “A prosperidade funda-se em instituições que incentivem a concorrência e as novas tecnologias”

    No livro The Power of Creative Destruction, os economistas franceses Philippe Aghion, Céline Antonin e Simon Bunel falam de um novo paradigma. Baseiam-se na “criação destrutiva”, ideia desenvolvida no princípio do século XX pelo economista Joseph Schumpeter: novas tecnologias acarretavam vantagens competitivas para os empresários que as adotavam, superando concorrentes tecnologicamente defasados.

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    Aqueles autores argumentam que “inovações surgem continuamente, tornando obsoletas as tecnologias existentes”. Empresas inovadoras competem com as que ficam para trás, enquanto novos empregos e atividades emergem e substituem os anteriores. “A destruição criativa é a força motriz do capitalismo, assegurando sua renovação e reprodução, ao mesmo tempo acarretando riscos e disrupções que precisam ser geridas e reguladas”.

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    Eles sustentam, assim, que a inovação e a difusão do conhecimento constituem o âmago do processo de crescimento. Isso depende, entre outros fatores, da proteção da propriedade privada. A prosperidade funda-se em instituições que incentivem a concorrência e as novas tecnologias. Isso não existia nos países comunistas — daí o seu fracasso — nem na estratégia de substituição de importações que adotamos para promover a industrialização.

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    A substituição de importações costuma formar resistências ao término da proteção tarifária, como se viu no Brasil. Agora, dados o esgotamento do bônus demográfico e a queda do investimento, cumpre lançar uma nova estratégia de desenvolvimento que modernize o Estado, supere essas resistências e siga o novo paradigma. Sem inovação, fonte essencial da produtividade, não existe futuro para o desenvolvimento econômico, social e político do país.

    Publicado em VEJA de 29 de setembro de 2021, edição nº 2757

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