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Os riscos da gripe em idosos: a importância dos cuidados e prevenção

Vírus influenza pode causar desfechos negativos em todos os principais sistemas de órgãos do corpo e risco é mais elevado na população acima de 60 anos

Por Rosana Richtmann*
Atualizado em 2 abr 2024, 08h11 - Publicado em 2 abr 2024, 08h00

Estamos nos aproximando de mais uma temporada de gripe, doença que, apesar de comum, pode causar consequências sérias e imprevisíveis, especialmente para os grupos mais vulneráveis. A baixa cobertura vacinal observada entre os grupos prioritários em 2023 acende um alerta entre os profissionais de saúde, pois devemos enfrentar um cenário ainda mais desafiador em 2024, com alta na circulação de diversos vírus respiratórios.

O Ministério da Saúde antecipou para este mês o início de sua campanha de vacinação contra o vírus influenza, causador da gripe, que começaria tradicionalmente entre os meses de abril e maio. Em 2023, milhões de brasileiros deixaram de tomar a vacina da gripe, que protege contra o vírus influenza, um dos causadores da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Com os riscos de contágio e transmissão aumentados, houve um agravamento do cenário entre um dos públicos mais suscetíveis às complicações do vírus da gripe: os idosos. No ano passado, as pessoas acima de 60 anos de idade representaram cerca de 65,6% dos óbitos por influenza e 54,9% das hospitalizações, segundo dados do Ministério da Saúde.

Quando falamos dos idosos com mais de 80 anos, os números são ainda mais alarmantes – 26,7% deles foram a óbito em 2023 por causa das complicações da SRAG causadas por influenza, enquanto a faixa etária de 60 a 69 anos representou 19% das mortes. Isso claramente gera uma sobrecarga no sistema de saúde, que precisa direcionar mais esforços e recursos para o atendimento aos pacientes, que, muitas vezes, não estão cientes dos impactos que vão além da gripe.

O vírus influenza pode causar desfechos negativos em todos os principais sistemas de órgãos do nosso corpo e risco é mais elevado entre os idosos. Isso ocorre pois eles possuem o sistema imune mais fragilizado e são mais vulneráveis a desenvolver complicações.

Em suma, essa população necessita de cuidados especiais e a vacinação segue sendo a melhor estratégia de prevenção. Atualmente, a vacina aplicada nas campanhas anuais do Ministério da Saúde e responsável por salvar milhares de vidas é a versão trivalente, que protege contra os três tipos de gripe mais prevalentes e deve ser tomada anualmente. Isso porque a vacina é atualizada de acordo com os vírus que mais circularam no hemisfério sul no ano anterior.

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Recentemente, tive a oportunidade de contribuir em um estudo apresentado no Congresso da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (Rebrats) que avaliou os impactos econômicos que a adoção de novas tecnologias de imunização pode trazer ao sistema de saúde, considerando os idosos acima de 80 anos. As conclusões do estudo se apresentaram bastante promissoras ao mostrarem que a adoção de uma nova tecnologia para a população brasileira com mais de 80 anos dependente exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) poderia evitar mais de 22 mil casos de influenza nessa faixa etária. Isso significa também uma redução significativa em consultas com clínico geral, idas aos serviços de urgência e emergência e redução significativa nas hospitalizações.

Mais do que nunca é importante reforçar que as vacinas salvam vidas.

* Rosana Richtmann é doutora em Medicina pela Universidade de Freiburg, Alemanha, e médica infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas

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