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Entre extremos: a saúde no excesso e na escassez

No Brasil atual, a nutrição é marcada por extremos, principalmente entre a população infantil. Há crianças desnutridas e outras obesas ou com sobrepeso

Por Claudio Lottenberg
11 abr 2017, 12h34
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  • Como bem disse a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) Margaret Chan, que esteve no Brasil no ano passado, a nutrição global atual é marcada por extremos. Segundo ela, o mundo tem 800 milhões de pessoas com fome crônica, mas também há países onde mais de 70% da população adulta está obesa ou com sobrepeso.

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    Panorama brasileiro

    O Brasil se enquadra perfeitamente nesta equação, principalmente no que diz respeito à população infantil. Apesar da melhoria de alguns indicadores nos últimos anos, sobretudo em grandes centros urbanos, entre as populações indígenas a desnutrição infantil ainda é um problema grave, aparece como uma causa associada a muitas mortes infantis e, de acordo com o último estudo disponível pelo Ministério da Saúde, 41% das crianças indígenas com menos de cinco anos residentes na região Norte, estão abaixo do peso. A desnutrição afeta o desenvolvimento físico e mental da criança, interfere em todo o desenvolvimento psicomotor e pode contribuir para uma série de doenças, além de causar óbitos.

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    No outro extremo avança uma epidemia de obesidade, resultado da soma de dois fatores preocupantes no âmbito da saúde: o aumento do consumo de alimentos ricos em gordura, sal e açúcar, com baixos teores de vitaminas, minerais ou outros micronutrientes, e a diminuição da prática de atividades físicas e esportes indispensáveis para a vida saudável.

    Sobrepeso e obesidade

    Alguns levantamentos indicam que mais de 50% da população brasileira está na faixa de sobrepeso e obesidade. Isso sugere o risco de grande aumento de casos de infarto, acidente vascular encefálico e diabetes. Entre as crianças, estima-se que o excesso de peso já atinge 15% desta população, e que o sobrepeso e a obesidade são frequentemente identificados em crianças de cinco anos de idade, em todos os grupos de renda em todas as regiões brasileiras.

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    Projeto da Unicef

    Neste cenário, é relevante o projeto da Unicef, realizado em parceria com várias instituições, para desenvolver e implementar intervenções estratégicas com foco em saúde e desnutrição infantil, promoção do aleitamento materno e prevenção do excesso de peso de crianças e adolescentes na Amazônia Legal, na região do semiárido e em grandes centros urbanos.

    Este projeto conta com nosso integral apoio porque envolve questões essenciais para a promoção de saúde e melhoria das condições de vida da população. No tocante à obesidade infantil, não há gestor em saúde que não esteja preocupado com os riscos. Crianças com excesso de peso e obesidade apresentam uma maior predisposição para desenvolver dislipidemia, hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes e até certos tipos de câncer. Há outras consequências. Crianças ou adolescentes obesos estão sujeitos à rejeição, à constrangimentos entre os colegas, podem sofrer baixa autoestima e correm o risco de transtornos psicológicos com fortes consequências negativas na vida adulta.

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    Para combater a obesidade infantil é necessário rever hábitos de alimentação. O alimento natural foi substituído pelos processados, não raramente com excesso de calorias, gorduras, açúcar ou sódio. O tempo que deveria ser dedicado a esportes e práticas esportivas foi tomado pelo sedentarismo da vida moderna diante de tablets e computadores.

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    O desafio da Unicef, e de todos que se preocupam com a saúde, é enorme. E, talvez, tenha de passar por algo elementar como, por exemplo, fazer com que as crianças de hoje sejam capazes de diferenciar um pimentão de um rabanete, uma manga de um melão.

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