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Doença renal crônica: triagem após os 35 anos ajuda a salvar vidas

Muitas pessoas não sabem que têm o problema até que ele progrida. Exames para identificação precoce deveriam estar mais no radar do sistema de saúde

Por Caroline Reigada*
Atualizado em 3 jul 2023, 16h19 - Publicado em 3 jul 2023, 09h14

Identificar quanto antes a doença renal crônica deveria ser uma prioridade de saúde pública no mundo todo. Estamos falando de um problema que atinge uma em cada dez pessoas adultas no Brasil, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Um problema que pode ser mortal e dispendioso.

A doença renal crônica geralmente é silenciosa até que os pacientes atinjam o estágio avançado. Portanto, muitas pessoas com a enfermidade em estágio inicial não fazem ideia que a têm. A cada ano no país, 20 mil pacientes entram em hemodiálise, um tratamento que limpa e filtra o sangue, fazendo o trabalho dos rins lesados.

O aumento da incidência da doença renal é impulsionado principalmente pela alta prevalência de condições crônicas que lesam os rins, como obesidade, hipertensão e diabetes. Além disso, populações mais idosas tendem a sofrer mais com ela: a incidência aumenta para 46% dos indivíduos acima dos 64 anos.

E, então, como resolver essa equação e identificar a doença precocemente? Um estudo recente da Universidade Stanford, nos EUA, sugere que todo mundo, após os 35 anos, deveria fazer exames de triagem para identificar problemas renais. O teste de albuminúria, que indica a presença de albumina, um tipo de proteína, na urina, é um indicador de doença renal, por exemplo.

Esse trabalho científico declara com todas as letras: os governos deveriam investir em triagem em larga escala, pois isso tem um melhor custo-benefício, já que medidas iniciais podem ser tomadas para controlar a progressão da doença. Tais tratamentos são muito menos onerosos que aqueles usados nos estágios avançados.

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+ LEIA TAMBÉM: O que a dieta tem a ver com a doença renal crônica?

Incentivar esse rastreamento aumentaria a expectativa de vida e reduziria o número de pessoas que necessitam de diálise ou transplante. Quanto mais cedo detectarmos, melhor. Conseguimos tratar a doença de base relacionada e evitamos complicações aos rins e outros órgãos.

Existem medicações como os inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina), os bloqueadores dos receptores da angiotensina e as glifozinas que têm demonstrado efeitos na diminuição da progressão da doença renal crônica até o estágio final.

Também conseguimos atuar na dieta e orientar a vacinação do paciente, fazendo com que ele tenha menos doenças agudas que podem acelerar os prejuízos aos rins.

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A doença renal avançada prejudica a saúde dos pacientes, sobrecarrega as famílias e cuidadores e é extremamente cara para o sistema de saúde gerenciar.

A análise americana mostra que, embora seja um empreendimento substancial, a triagem da população após os 35 anos é extremamente importante para flagrar a doença renal antes que ela avance, representando maior expectativa de vida aos pacientes e menores custos aos governos.

* Caroline Reigada é nefrologista, especialista em medicina interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e médica do corpo clínico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP)

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